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SIGEP - COMISSÃO BRASILEIRA DE SÍTIOS GEOLÓGICOS E PALEOBIOLÓGICOS
PROPOSTA DE DESCRIÇÃO DE SÍTIO GEOLÓGICO DO BRASIL |
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1. PROPONENTE
(candidato a autor principal) Data provável de entrega do artigo: 30/08/2007 (informado por email em 12/6/07) - 10/06/2008 (informado por email em 17/5/08) |
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2. COAUTORES(*): (*)Informar em ordem de importância: Nome completo, instituição, e-mail |
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3. NOME do SÍTIO(*): Tanques Fossilíferos de Itapipoca, CE. (*)nome consagrado; se não existir, proponha um nome conciso que indique o tipo de sítio e/ou o local |
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4. SUGESTÃO DE TÍTULO E SUBTÍTULO
DO ARTIGO A SER ESCRITO -
VER EXEMPLOS (b) SUBTÍTULO(**): Grande concentração de megafauna pleistocênica no Nordeste do Brasil.
(*)deve ser conciso e, preferencialmente, integrar o nome do Sítio): |
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5. TIPO DE SÍTIO:
Observação: [ ] Inclui vestígios arqueológicos - [ ] Interesse Histórico/Cultural |
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6. LOCALIZAÇÃO
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7. JUSTIFICATIVAS(*):
Os tanques naturais de Itapipoca formam a maior concentração desse tipo de depósito fossilífero no Nordeste do Brasil, representativos do Pleistoceno final–Holoceno. Foi nesse município, na localidade de João Cativo, que foi feita a primeira escavação científica desse tipo de depósito, comandada pelo ilustre paleontólogo Carlos de Paula Couto, em 1961, a serviço do Museu Nacional. Desde aquela época até hoje, já foram identificados mais de 50 tanques naturais no território de Itapipoca, alguns ainda intocados, distribuídos em seis conjuntos principais (sítios paleontológicos). Alguns deles já forneceram milhares de peças esqueletais e dentes fossilizados de animais da megafauna pleistocênica e espécies associadas (pequenos mamíferos, répteis e aves) já tendo sido identificado até o presente 15 espécies, inclusive uma nova espécie de preguiça terrícola (Xenocnus cearensis), provavelmente endêmica. Todo o material fóssil resgatado compõe uma fabulosa coleção paleomastozoológica com aproximadamente oito mil peças, depositadas a maior parte no Museu de Pré-história de Itapipoca – MUPHI e uma pequena parte no Museu Nacional do Rio de janeiro. Paralelamente, esses depósitos fornecem elementos geológicos (sedimentos) que podem contribuir com os estudos paleoambientais na época da extinção da megafauna. Temos como hipótese que esses fósseis podem representar uma das últimas concentrações de megafauna na América do Sul, antes de seu total desaparecimento. (*)para a inclusão como PATRIMÔNIO MUNDIAL DA HUMANIDADE |
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8) BREVE DESCRIÇÃO DO SÍTIO(*):
Os tanques fossilíferos são depressões naturais formadas em rochas cristalinas, de composição granítica e idade pré-cambriana e que acumularam sedimentos de idade Neo-quaternária. Tais depressões se desenvolvem a partir de fraturas pré-existentes nas rochas que, por intemperismo químico e físico, sofrem alargamentos longitudinais e transversais, adquirindo formas variadas, porém predominando a elíptica. Como controle geomorfológico, os tanques são comuns em áreas de aplainamento de superfícies rochosas, formando os chamados lajedos. Em Itapipoca há seis sítios de tanques fossilíferos conhecidos até o momento, distribuídos em uma área de cerca de 800 km². O mais extenso e que concentra grande quantidade de tanques é o conjunto denominado Cajazeiras-Lajinhas, sendo este o que propomos para tombamento e recebimento do marco comemorativo dos 100 anos do DNPM. Este sítio paleontológico está localizado dentro do Assentamento Rural Taboca-Lajinhas, de propriedade do INCRA. Os tanques maiores possuem dimensões que variam entre 10 e 20m de comprimento, 5 a 8m de largura e profundidades de até 10m. Alguns já foram escavados e resgatados seu conteúdo fossilífero, servindo hoje como cisternas naturais de águas pluviais e há muitos outros ainda em estado intocado. Em alguns pontos os lajedos formam pequenos morrotes graníticos, de grande beleza cênica.
[Ver Dissertação de Mestrado - 1,3 Mb] [Ver Texto sobre ANIMAIS PRÉ-HISTÓRICOS DE ITAPIPOCA] (*) anexar também ao e-mail foto significativa do sítio proposto e/ou capítulo de tese ou de artigo do proponente sobre o sítio, se disponíveis): |
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9) SITUAÇÃO ATUAL DE CONSERVAÇÃO E ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA PROTEÇÃO: Os tanques fossilíferos de Itapipoca, no que diz respeito à conservação, encontram-se em bom estado. Porém, nem sempre foi assim. Até recentemente, a indústria de rochas ornamentais fez pesquisas geológicas para avaliação do potencial mineral das rochas graníticas da região. Houve um início de explotação, porém, no momento não há nenhuma atividade mineral ativa, mas a ameaça existe. Outro fator de perigo é o fato dos tanques naturais servirem para acumulação de águas pluviais e isso desperta o interesse dos moradores locais de desentulharem os mesmos para aumentarem sua capacidade de acumulação, promovendo a retirada descontrolada de fósseis. Felizmente este último risco já está mais controlado pelas atividades do Museu de Pré-história de Itapipoca (MUPHI), uma instituição criada em 2005 e vinculada à Prefeitura Municipal de Itapipoca. Também identificamos que no passado (há mais de vinte anos) alguns tanques foram saqueados, com o objetivo básico de se retirar o conteúdo fossilífero, que foi levado não se sabe para onde. Moradores da região falam da presença de estrangeiros nessa atividade. O órgão responsável pela proteção desses sítios é o DNPM, 10° distrito, o qual o MUPHI vem trabalhando em parceria. O INCRA também exerce atividade fiscalizadora, por se tratar de propriedade pública da união. O MUPHI contribui com atividades de conscientização e preservação do patrimônio. Também a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) já fez reconhecimentos em Itapipoca, demonstrando interesse em acompanhar as pesquisas e monitorar a integridade do patrimônio fóssil, principalmente no que diz respeito a qualquer atividade de tráfico. O fato do sítio Cajazeiras-Lajinhas estar inserido em uma área de domínio público federal facilita muito as ações de conservação dos jazigos fossilíferos.
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10)
BIBLIOGRAFIA REFERENTE AO SÍTIO PROPOSTO(*): Bergqvist, L. P.; Gomide, M.; Cartelle, C.; Capilla, R. 1997. Faunas-locais de Mamíferos Pleistocênicos de Itapipoca/Ceará, Taperoá/Paraíba e Campina Grande/Paraíba. Estudo Comparativo, Bioestratinômico e Paleoambiental. Revista Universidade de Guarulhos. Guarulhos, II(6):23-32. Bonfim Júnior, F. de C. 1984. Mamíferos Fósseis de Pedra d’Água, Pleistoceno de Itapipoca, CE. In: Congresso Brasileiro de Geologia, 33., Rio de Janeiro-RJ. Resumos, p. 44. Gomide, M.; Bergqvist, L. P.; Rego, D. D. 1987. O “Tigre-dente de sabre” (Smilodon populator) de Itapipoca, Ceará. In: Congresso Bras. de Paleontologia, 10. Rio de Janeiro-RJ, Anais, p. 197-204. Gomide, M. 1989. Mamíferos pleistocênicos de Itapipoca, Ceará, Brasil, depositados no Museu Nacional, Rio de Janeiro. Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Dissertação de Mestrado. Paula Couto, C. de 1962. Explorações paleontológicas no Pleistoceno do Nordeste. Anais da Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro, 34(3):19-20. Paula Couto, C. de 1980. Fóssil Pleistocene to Sub-Recent Mammals From Northeastern Brasil: I – Edentata, Megalonychidae. Anais da Acad. Bras. de Ciências. Rio de Janeiro, 52(1): 144-151. *Ximenes, C. L. 1993. Levantamento das ocorrências de fósseis de vertebrados no Estado do Ceará. In: Congresso Brasileiro de Paleontologia, 13, e Simpósio Paleontológico do Cone Sul, 1. São Leopoldo-RS, Resumos, p. 151. *Ximenes, C. L. 1995. A Paleontologia no Ceará. Fortaleza, Museu do Ceará, 24p. *Ximenes, C. L. 1996. Geologia de uma área localizada na porção norte dos municípios de Tururu e Itapipoca, CE, e caracterização de seus jazigos fossilíferos. Graduação em Geologia, Universidade Federal do Ceará, Relatório de Graduação. *Ximenes, C. L. 2003. Proposta metodológica para um programa de micro-reservatórios alternativos de água nos sertões semi-áridos brasileiros, associado ao resgate de fósseis. Programa Regional de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA, Universidade Federal do Ceará, Dissertação de Mestrado. *Ximenes, C. L. 2006. A Área Paleontológica Quaternária de Itapipoca, Ceará. In: Paleo 2006 –Reunião Anual Regional da Sociedade Brasileira de Paleontologia. Sobral-CE, Resumos, p .26. (*)assinalar em destaque trabalhos dos candidatos a autor e coautor |
