Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil - 026 As Pegadas de dinossauros das bacias Rio do Peixe, PB Data: 09/07/2000 Giuseppe Leonardi © Leonardi,G.; Carvalho,I.S. 2000. As Pegadas de dinossauros das bacias Rio do Peixe, PB. In: Schobbenhaus,C.; Campos,D.A.; Queiroz,E.T.; Winge,M.; Berbert-Born,M. (Edit.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. Publicado na Internet em 09/07/2000 no endereço http://www.unb.br/ig/sigep/sitio026/sitio026.htm [ Atualmente https://sigep.eco.br/sitio026/sitio026.htm ]
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RESUMO
Sousa e Uiraúna-Brejo das Freiras são duas bacias
cretáceas da região do Rio do Peixe que possuem uma grande quantidade de pegadas de
dinossauros. Estas bacias estão localizadas no oeste do Estado da Paraíba, Nordeste do
Brasil, e suas origens relacionam-se aos movimentos de falhas transcorrentes ao longo de
lineamentos pré-existentes do embasamento, durante a abertura do Oceano Atlântico.
A principal icnofauna de tetrápodes compõe-se de pegadas isoladas e pistas de grandes e
pequenos terópodes, além de ornitópodes. Também há icnofósseis de invertebrados tais
como pistas e escavações produzidas por artrópodes e anelídeos. Os fósseis são
palinomorfos, fragmentos de plantas, ostracodes, conchostráceos, escamas de peixes e
ossos de crocodilomorfos. Estes fósseis estão preservados em depósitos de leques
aluviais, rios anastomosados, meandrantes e lagos rasos de idade neocomiana - Berriasiano
a Barremiano inferior.
A relevância paleontológica-geológica das bacias de Sousa e Uiraúna é a abundância
em icnofaunas dinossaurianas. Já foram identificados e mapeados 22 sítios
icnofossilíferos, e reconhecidas 296 pistas de grandes terópodes; 29 de pequenos
terópodes; 42 de saurópodes; 2 de ornitísquios quadrúpedes; 28 de ornitópodes
graviportais; um conjunto de pegadas batracopódidas; uma impressão lacertóide; um
grande número de pegadas não classificáveis e muitas pistas de semi-natação
atribuídas a quelônios. Ao todo já foram classificados um número superior a 395
indivíduos dinossaurianos.
A área mais importante de distribuição de pegadas fósseis, localizada em Passagem das
Pedras (Fazenda Ilha) no município de Sousa é atualmente um parque natural - Monumento
Natural Vale dos Dinossauros. O parque com 40 hectares de área é presentemente um dos
sítios paleontológicos melhor preservados no Brasil. Possui infra-estrutura turística e
guias treinados para o turismo ecológico e para proteção do sítio icnofossilífero.
ABSTRACT
Sousa and Uiraúna-Brejo das Freiras are two Cretaceous basins from the
Rio do Peixe region that present a great amount of dinosaur footprins. These basins are
located on the west of Paraíba State, Northeast Brazil, and their origin are related to
fault movements along preexisting structural trends of the basement during South Atlantic
Ocean opening.
INTRODUÇÃO
As bacias do rio do Peixe são quatro bacias sedimentares denominadas como Sousa, Uiraúna-Brejo das Freiras, Pombal e Vertentes. Localizam-se no oeste do estado da Paraíba nos municípios de Sousa, Uiraúna, Poço, Brejo das Freiras, Triunfo, Santa Helena e Pombal (Figura 1). As duas primeiras bacias - Sousa e Uiraúna-Brejo das Freiras - contém uma abundante icnofauna de tetrápodes, consistindo de pegadas e pistas de carnossauros, e ornitópodes. Icnofósseis de invertebrados tais como pistas e escavações produzidas por artrópodes e anelídeos também são comuns (Fernandes & Carvalho, 1997). Apesar da forte cor avermelhada, típica de ambientes subaéreos, há alguns níveis de folhelhos esverdeados, argilitos e siltitos, onde os fósseis estão presentes. São ostracodes, conchostráceos, fragmentos de vegetais, palinomorfos, escamas de peixes e fragmentos ósseos de crocodilomorfos.
Sousa e Uiraúna-Brejo das Freiras são bacias
intracratônicas do Nordeste do Brasil, que se desenvolveram ao longo de lineamentos
estruturais pré-existentes do embasamento, durante a abertura do Oceano Atlântico. A
idade destes depósitos, baseada em material polínico, é característica dos andares
locais Rio da Serra (Berriasiano ao Hauteriviano) e Aratu (Barremiano inferior) segundo
dados de Lima & Coelho (1987) e Regali (1990).
A sedimentação nestas bacias foi controlada pelos processos tectônicos regionais (Lima
Filho, 1991; Lima Filho et al., 1999). Durante o tempo Dom João (andar Purbeckiano),
devido ao estiramento crustal, bacias sigmoidais desenvolveram-se na inflexão das falhas
noroeste-sudoeste e este-oeste. Durante o tempo Rio da Serra (Berriasiano ao
Hauteriviano), sob o mesmo regime tectônico, as áreas bacinais aumentaram e suas formas
passaram a romboidais. No último estágio, provavelmente no final do tempo Aratu (andar
Barremiano inferior), houve uma mudança no padrão tectônico e a acumulação de
sedimentos entrou em declínio. Os depósitos aí encontrados refletem um controle direto
da sedimentação pela atividade tectônica. Ao longo das bordas falhadas das bacias, a
deposição consistia de leques aluviais, modificando-se distalmente para sistemas
fluviais entrelaçados. Na região central destas bacias, estabeleceu-se um sistema
fluvial meandrante com uma ampla planície de inundação, onde ocorriam lagos perenes e
temporários (Carvalho 2000a).
A relevância paleontológica e geológica das bacias de Sousa e Uiraúna-Brejo das
Freiras está na abundância de icnofaunas dinossaurianas que representam parte de um
amplo megatracksite do início do Cretáceo (Viana et al., 1993; Carvalho 2000a)
estabelecido durante os estágios iniciais da abertura do Atlântico Sul. Nesta região
foram encontrados 22 sítios icnofossilíferos com mais de 395 indivíduos dinossaurianos.
HISTÓRICO DOS SÍTIOS ICNOFOSSILÍFEROS
Há
cerca de 80 anos, no início da década de 20,
Luciano Jacques de Moraes, um engenheiro de minas brasileiro, trabalhava para o
Departamento Nacional de Obras contra as Seccas (DNOCS) na região Nordeste do Brasil,
até então muito pouco conhecida geologicamente. No oeste do estado da Paraíba, Moraes
descobriu duas pistas em rochas do leito do rio do Peixe, na localidade de fazenda Ilha.
Tratavam-se de duas pistas de diferentes dimensões que se intercruzavam e possuíam
distintos produtores.
Aparentemente Moraes enviou uma laje com uma pegada original escavada da pista codificada
como SOPP2 e um molde de uma pegada da pista SOPP1 para os Estados Unidos para ser
estudada por paleontólogos norte-americanos. Jamais recebeu qualquer resposta sobre o
material enviado. Apesar das tentativas feitas por Giuseppe Leonardi, durante o ano de
1985 em reencontrar este material (o qual acreditava-se estar no American Museum of
Natural History), nada foi localizado. Em seu livro, Moraes(1924) classificou a maior
pista (SOPP1) como de um Stegosauria ou secundariamente como Ceratopsia; evidentemente ele
a interpretou como pertencente a um quadrúpede. Atribuiu a pista SOPP2 como de um
dinossauro bípede, sem definir entre os Theropoda ou os Ornithopoda. Moraes descreveu as
pistas em detalhe, com desenhos e fotografias. Também extrapolou as dimensões dos
presumíveis produtores das pegadas. Um trabalho meticuloso para a época; contudo Moraes
não era nem um icnológo, nem um paleontólogo e seus desenhos mostram algumas
incorreções.
Luciano Jacques de Moraes enviou fotografias para F. von Huene da Universidade de
Tübingen (Alemanha), o qual publicou em seu livro de 1931 os desenhos de Moraes. Huene
(1931) descreveu a primeira pista (SOPP1) como a de um quadrúpede com total sobreposição dos
pés, e a segunda pista, como a de um bípede (SOPP2). Ele atribuiu a pista SOPP1 aos
ceratópsidos ou preferencialmente aos nodosaurídeos e SOPP2 aos ornitópodes
tracodontídeos ou kalodontídeos. A classificação de Huene baseou-se nos desenhos de
Moraes. Huene trabalhou no Brasil nos anos 20, mas nunca visitou a Paraíba.
As pistas descritas por Moraes em Sousa foram novamente analisadas em 1969 por Llewellyn I.
Price (1961) com Diógenes de Almeida Campos do Departamento Nacional da Produção
Mineral.
Em 1975 Giuseppe Leonardi visitou Sousa e encontrou as pistas que até então
encontravam-se esquecidas. Posteriormente uma lenda local surgiu: aquela que as pistas
haviam sido descobertas por um fazendeiro da região, Anísio Fausto Silva. O centenário
desta descoberta foi celebrado em Sousa em 1997. Provavelmente as principais pistas tenham
sido obsevadas por muitos fazendeiros, e antes deles mesmo por índios, devido ao fato de
serem muito evidentes. Contudo, a descoberta, com um caráter científico, deve ser
seguramente atribuída a Moraes. Localmente as pegadas são conhecidas como "pistas
de boi" (SOPP1) e "pistas de ema" (SOPP2). Em 1975-1976 Leonardi escavou
estas duas pistas a partir de dois metros de areia acumulada pelo rio do Peixe e através
da margem do canal, descobrindo cinco novas pistas (Leonardi, 1979a). Em 1977 Leonardi
descobriu novas pistas na fazenda Ilha e algumas outras localidades (Leonardi,1980c,1994):
Poço do Motor, Pedregulho, Piedade e Juazeirinho na Formação Sousa; Serrote do Letreiro
na Formação Antenor Navarro, considerada até então como uma unidade paleozóica. Uma
pegada incomum (em realidade duas pegadas sobrepostas de Grallator mas erroneamente
interpretadas por Leonardi como Isochirotherium sp.) sugeriram uma idade (incorreta)
triássica para este nível (Leonardi, 1979b, 1980b). Contudo, foi posteriormente
percebido que todo o Grupo Rio do Peixe pertencia ao Cretáceo Inferior e que o contato
entre suas unidades era transicional (Carvalho & Leonardi, 1992). Outras expedições
de Giuseppe Leonardi se seguiram (28 ao todo, conforme Leonardi, 1994, p. 169),
compreendendo quase que um ano ao todo de trabalhos de campo, apoiadas pelo Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Na expedição de 1979, Leonardi (1984b, 1994) descobriu os sítios de Piau-Caiçara e
Matadouro (Formação Sousa); Serrote do Letreiro (Formação Antenor Navarro), Mãe
d'Água e Curral Velho (Formação Piranhas). Em 1980 e 1981 ele trabalhou no sítio
Piau-Caiçara, enfatizando o comportamento dos dinossauros produtores das pegadas (Godoy
& Leonardi, 1985). Durante o ano de 1981 descobriu, junto com Geraldo da Costa Barros
Muniz, pistas dinossaurianas relacionadas às bacias de Lima Campos, Iguatu e Palestina
(Leonardi & Muniz, 1985; Leonardi & Spezzamonte, 1994). Realizou a expedição
Ligabue de 1983, que representou uma ação conjunta dos paleontólogos Giancarlo Ligabue
(Veneza - Itália), Philippe Taquet (Museu de História Natural de Paris - França),
Díógenes de Almeida Campos (Departamento Nacional da Produção Mineral - Brasil), e
outros (Leonardi, 1984a). Posteriormente as pegadas receberam as visitas de inúmeros
paleontólogos, bem como de turistas. Em 1984, Leonardi descobriu os sítios do Zoador,
Barragem do Domício, Poço da Volta e Engenho Novo na Formação Sousa; Aroeira e Cabra
Assada na Formação Antenor Navarro (Leonardi, 1985, 1994). A partir de 1994, Leonardi
associou-se ao trabalho de campo com Maria de Fátima C.F. dos Santos e Claude L. de A.
Santos do Museu Câmara Cascudo de Natal (Rio Grande do Norte, Brasil), frequentemente com
Ismar de Souza Carvalho (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil) (1989, 1992,
1994) e Luís Carlos Godoy (Ponta Grossa, Paraná). Em 1985 W.V. Barbosa descobriu o
sítio Várzea dos Ramos. Em 1987 Ismar de Souza Carvalho com Leonardi descobriram o
sítio Pocinhos na bacia de Brejo das Freiras (Carvalho, 1989, 1996a).
Durante todos esses anos, um longo e muitas vezes infrutífero esforço foi feito para
obter a proteção destes sítios em todos os níveis administrativos dos governos
municipal, estadual e federal para o estabelecimento do Parque Natural Vale dos
Dinossauros. Em 1984, Leonardi com João Carlos M. Rodrigues do Museu Emílio Goeldi de
Belém (Pará) iniciaram a construção de réplicas dos principais tipos de dinossauros
encontrados em Sousa. Em 1988 foram descobertos os sítios de Saguim e Piau II por
Leonardi, juntamente com Anna Alessandrello do Museo Civico di Storia Naturale de Milan
(Itália). Leonardi e Alessandrello exploraram a bacia de Pombal sem nenhum resultado
positivo. O sítio Paraíso foi descoberto em 1992 por Sérgio Alex Kugland de Azevedo
(Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional; 1993). Após Leonardi ter deixado
o Brasil em 1989, o trabalho icnológico de vertebrados vem sendo sistematicamente
realizado por Ismar de Souza Carvalho (Carvalho et al., 1994, 1995; Carvalho, 1996a;
2000a, b), o qual vem descobrindo novas localidades icnofossilíferas em parceria com
pesquisadores (Maria Somália Sales Viana, Mário Lima Filho e Narendra Kumar Srivastava)
de instituições universitárias localizadas no Nordeste do Brasil (Universidade Federal
de Pernambuco e Universidade Federal do Rio Grande do Norte).
CONTEXTO ESTRATIGRÁFICO DAS PEGADAS
As icnofaunas dinossaurianas destas bacias estão
inseridas num mesmo contexto estratigráfico-temporal-paleogeográfico, e representam
partes de um amplo megatracksite. As similaridades das litofácies dentre os depósitos
onde ocorrem as pegadas denotam os mesmos processos tectônicos, climáticos e
sedimentares. Os ambientes de sedimentação eram então influenciados pelo
desenvolvimento inicial da região Atlântica equatorial, com uma biota endêmica vivendo
nas proximidades de rios efêmeros e lagos rasos em condições climáticas quentes
(Carvalho 2000a).
Durante o Cretáceo Inferior, predominava um clima quente, havendo provavelmente uma ampla
variação das condições de umidade (Petri, 1998). De acordo com Petri (1983) e Lima
(1983) no início do Cretáceo, as condições climáticas eram mais úmidas nas regiões
localizadas à sul do domínio tropical (bacias de Recôncavo-Tucano-Jatobá). Apesar de
um clima mais quente e seco em direção à norte, a interpretação dos ambientes
deposicionais e os fósseis sugerem a existência de alguns lagos, nos quais durante o
Neocomiano, as regiões adjacentes mostravam-se mais úmidas. Durante este tempo, a
América do Sul ainda encontrava-se conectada à África, e o Oceano Altântico estava em
sua fase inicial de desenvolvimento. Na atual região Nordeste do Brasil, numa área de
centenas de quilômetros, rios efêmeros e lagos rasos foram importantes ecossistemas.
A bacia de Sousa compreende uma área de 1.250 km2. Já Uiraúna-Brejo das Freiras é uma
bacia menor com 480 km2. Estão localizadas no oeste do estado da Paraíba, nos
municípios de Sousa, Uiraúna, Poço, Brejo das Freiras, Triunfo e Santa Helena. O
embasamento destas bacias é composto por rochas metamórficas pré-cambrianas altamente
metamorfizadas, alinhadas estruturalmente nas direções noroeste-sudoeste ou este-oeste.
As rochas mais frequentes são migmatitos, granitos, gabros e anfibolitos.
A subdivisão litoestratigráfica formal dos depósitos cretácicos das bacias de Sousa e
Uiraúna-Brejo das Freiras foi proposta por Mabesoone (1972) e Mabesoone & Campanha
(1974). Estes autores designaram o Grupo Rio do Peixe, com espessura total de 2.870
metros, subdividindo-o nas formações Antenor Navarro, Sousa e Piranhas. As formações
Antenor Navarro e Piranhas, são compostas por sedimentos imaturos, incluindo brechas e
conglomerados com seixos de rochas magmáticas e metamórficas em uma matriz grossa
arcoseana. Estes tipos litológicos são encontrados próximos aos bordos falhados das
bacias. Em direção ao depocentro, os conglomerados e arenitos finos podem estar
intercalados com siltitos e folhelhos. Estratificações cruzadas acanaladas e tabulares,
estratificações cruzadas cavalgantes e marcas de onda são as principais estruturas
sedimentares. A Formação Sousa é composta por arenitos avermelhados, siltitos,
argilitos e nódulos carbonáticos; margas também podem ocorrer sob a forma de delgados
estratos. As principais estruturas sedimentares são gretas de ressecamento, estruturas
convolutas, marcas de onda, estratificações cruzadas cavalgantes, marcas de gotas de
chuva e bioturbações.
Nas formações Antenor Navarro e Piranhas as pegadas são menos frequentes, quando
comparadas com a abundância em que ocorrem na Formação Sousa. As litologias destas duas
primeiras unidades são conglomerados, arenitos grossos e arenitos intercalados com
siltitos. As litofácies, estruturas sedimentares e geometria das camadas indicam uma
sedimentação em fan-deltas, leques aluviais e ambientes fluviais entrelaçados. As
pegadas estão preservadas em sedimentos mais finos das barras arenosas subaéreas dos
leques aluviais e rios entrelaçados ( Figura2 ). Tais depósitos localizam-se próximo
das bordas das bacias e sua acumulação foi controlada diretamente pela atividade
tectônica regional (Carvalho 2000a).
Na Formação Sousa as litologias são arenitos, folhelhos e argilitos, cuja granulação
fina foi mais susceptível para a preservação de pegadas. Trata-se de uma sucessão
essencialmente microclástica que indica ambientes lacustres, pantanosos e de rios
meandrantes. Através do estudo das conchostracofaunas, Carvalho & Carvalho (1990) e
Carvalho (1993, 1996b) inferiram as condições físicas e químicas dos lagos em cujas
bordas a dinoturbação foi significativa. Tratavam-se de lagos pequenos e temporários,
quentes e rasos, nos quais o quimismo da água caracterizavam-nos com um caráter alcalino
(pH entre 7 e 9). Devido as dimensões que alcançavam alguns conchostráceos (cerca de
3,5 cm de comprimento), deveriam ter existido nestes lagos optimum ecológicos, com águas
ricas em nutrientes e íons abundantes tais como o cálcio e fósforo.
A ICNOFAUNA
Formação Sousa
O conjunto de 13 sítios da Formação Sousa (Barragem do Domício, Engenho Novo, Juazeirinho, Matadouro, Pedregulho, Piau-Caiçara, Piedade, A Camada do Rio do Peixe entre Passagem das Pedras e Poço do Motor, Piau II, Poço da Volta, Sítio Saguim, Várzea dos Ramos e Zoador) em pelo menos 60 níveis incluem aproximadamente a seguinte icnofauna: 220 grandes terópodes; 29 pequenos terópodes classicamente considerados como Coelurosauria; 11 saurópodes; 15 ornitópodes graviportais; 1 pequeno ornitísquio quadrúpede; um número de pistas de dinossauros não-classificáveis ou incertas; 1 conjunto batracopódido; um grande número de pegadas de pequenos quelônios. Ao todo o número de indivíduos dinossaurianos é superior a 276 (Santos & Santos,1987a).
Formação Antenor Navarro
Os 5 sítios da Formação Antenor Navarro (Aroeira, Pocinhos, Riacho do Cazê, Serrote do Letreiro e Serrote do Pimenta) em pelo menos 12 níveis incluem aproximadamente: 53 grandes terópodes; 31 saurópodes; 5 ornitópodes graviportais, sendo um deles quadrúpede; 1 ornitísquio quadrúpede, provavelmente um anquilossauro; uma pegada lacertóide; um número de pistas não-classificáveis ou incertas. O número de indivíduos dinossaurianos é superior a 90 (Figuras 3 e 4 ).
Formação Piranhas
Os 4 sítios da Formação Piranhas (Cabra Assada, Curral Velho, Mãe d'Água e Fazenda Paraíso) incluem cerca de 6 níveis com a seguinte icnofauna: 23 grandes terópodes; 2 pequenos ornitópodes; 8 ornitópodes graviportais, um dos quais quadrúpede; um número de pistas não-classificáveis ou incertas. Os indivíduos dinossaurianos excedem em 33 (Leonardi,1987,1989; Santos & Santos,1987b).
A ICNOFAUNA DINOSSAURIANA DAS BACIAS DO RIO DO PEIXE E OS PRODUTORES DE PEGADAS
Os vinte e dois sítios e setenta e oito níveis das bacias do Rio do Peixe contêm a seguinte icnofauna de tetrápodes: 296 grandes terópodes; 29 pequenos terópodes têm o terceiro dedo substancialmente maior que os outros dois, o que era classicamente considerado como assignável aos Coelurosauria; 42 saurópodes; 2 ornitísquios quadrúpedes, provavelmente anquilossauros; 2 pequenos ornitópodes; 28 ornitópodes graviportais (um quadrúpede); um conjunto de impressões batracopodídeas; uma impressão lacertóide; um grande número de pegadas dinossaurianas não classificadas e muitas impressões de semi-natação atribuídas aos quelônios. Ao todo os indivíduos dinossaurianos classificados totalizam mais que 395. A relação de pegadas herbívoro/carnívoro nesta icnofauna é cerca de 1/4,6; a relação de pistas individuais quadrúpede / bípede é de cerca de 1/8,6. Somente 34 pistas de dinossauros estão associadas em quatro grupos gregários (Leonardi et al.,1987a, 1987b, 1987c).
Figura 3 - Pegada de um terópode associada a um petroglifo indígena. Serrote do Letreiro, bacia de Sousa.
Figura 4 - Pegada de um terópode. Serrote do Letreiro, bacia de Sousa
Não é fácil atribuir uma pegada a um produtor. Contudo
as pegadas descritas acima podem ser consideradas com alguma probabilidade de pertencerem
aos seguintes grupos: as pistas de grandes terópodes são possivelmente de uma família
cretácica sul-americana de grandes predadores conhecida como Abelisauridae Bonaparte
& Novas, 1985 e consequentemente Ceratosauria. As pequenas pistas de terópodes com o
dígito III substancialmente maior que o II e IV, que foram normalmente atribuídas aos
Coelurosauria, podem ser referidas à algumas famílias teropodomorfas sul-americanas que
se presume tenham ocupado neste continente o nicho ecológico dos Coelurosauria na
Laurásia (e.g. Noasauridae Bonaparte & Powell, 1980). Os saurópodes foram talvez
grupos assemelhados aos Dicraeosauridae, Rebbachisauridae, ou mais provavelmente os
primeiros titanossauros (Bonaparte,1986).
A pequena pista quadrúpede do Serrote do Pimenta pode ser a de um anquilossauro, mais
provavelmente um nodosaurídeo, a semelhança com o pequeno Minmi Molnar, 1980 de
Queensland. Uma pista quadrúpede (sub-icnito) de Passagem das Pedras também poderia
pertencer a este grupo. Pistas de anquilossauros são conhecidas da Bolívia (Leonardi,
1984a) e mais recentemente (1988) identificadas por Christian Meyer, Martin Lockley e
Leonardi (material ainda não publicado). As pistas de grandes bípedes ou quadrúpedes
com três cascos arredondados são atribuídas a ornitópodes graviportais, similares à
Ouranosaurus Taquet, 1976; algumas pistas raras de ornitópodes podem pertencer a
iguanodontídeos jovens ou a alguma forma de pequeno ornitópode, talvez driossaurídeos,
já conhecidos na América do Sul (Coria & Salgado, 1996).
O conjunto batracopodídeo de Piau é pobremente preservado, contudo pode ser atribuído a
Crocodylia. As inúmeras pegadas pequenas de semi-natação do sítio Piau foram
provavelmente produzidas por quelônios; a família Araripemydae é a mais provável.
MEDIDAS DE PROTEÇÃO
A principal área de distribuição das pegadas de
dinossauros localizada em Passagem das Pedras (fazenda Ilha) no município de Sousa, é
atualmente um parque natural. Em 20 de dezembro de 1992 através de um Decreto-Lei
estadual (Decreto no 14.833, de 20 de dezembro de 1992, Diário Oficial do Estado da
Paraíba) esta localidade icnofossilífera foi tombada como Monumento Natural e designada
como "Monumento Natural Vale dos Dinossauros" (Figuras 5 e 6 ).
Em 1996 foi assinado um convênio entre o Ministério do Meio Ambiente, Estado da
Paraíba/Superintendência de Administração do Meio Ambiente e Prefeitura Municipal de
Sousa (Convênio MMA/PNMA/PED no 96 CV00030/96) visando a consolidação do
"Monumento Natural Vale dos Dinossauros". Inicialmente com base no Decreto no
14.833 desapropriou-se o sítio de Passagem das Pedras, com 40 hectares de área.
Posteriormente foi concebido um canal de alívio da vazão do rio do Peixe, numa extensão
de 621 metros que permitirá, sem alterar as características originais do rio do Peixe e
ecossistemas associados, a proteção das pegadas contra a ação erosiva deste rio e
represamento d'água sobre o sítio paleontológico (Sônia Matos Falcão - Coordenadora
de Projetos de Execução Descentralizada - PED/SUDEMA, informação pessoal).
Figura 5 - Monumento Natural Vale dos
Dinossauros. Parque natural com 40 hectares de
Área protegida pelo governo do estado da Paraíba e Prefeitura Municipal de Sousa
Figura 6 - Pista de Dinossauro Ornitópode no Monumento Natural Vale dos Dinossauros. Passagem das Pedras (fazenda Ilha), município de Sousa.
Os investimentos já realizados neste sítio paleontológico são de aproximadamente US$ 800,000.00 (oitocentos mil dólares americanos). Ainda de acordo com as informações de Sônia Matos Falcão (Governo do Estado da Paraíba) a proteção deste jazigo fossilífero compreendeu:
Figura 7 - Réplicas dos dinossauros que habitaram a região da bacia de Sousa. Arte de João Carlos M. Rodrigues.
Figura 8 - Centro de recepção do complexo turístico Vale dos Dinossauros.
Podemos considerar que após um esforço de mais de 20 anos, este é atualmente o melhor sítio paleontológico preservado no Brasil. A região é agora um complexo turístico - Vale dos Dinossauros - e oferece uma completa infra-estrutura turística, bem como pessoal treinado para o turismo ecológico e para a proteção do sítio paleontológico.
Agradecimentos
Ao Sr. Tim Halley do Departamento de Zoologia da
Universidade de Queensland Brisbane (Austrália) e Dr. José E. Bonaparte do Museu
Argentino de Ciências Naturais Bernardino Rivadavia (Buenos Aires) pela revisão
crítica. Sônia Matos Falcão (Superintendência de Administração do Meio Ambiente -
SUDEMA - Governo do Estado da Paraíba) pelo auxílio com os dados de investimentos
financeiros e técnicos realizados no Monumento Natural Vale dos Dinossauros.
Este estudo contou com o suporte financeiro das agências de fomento Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e Fundação Universitária José Bonifácio
(FUJB-UFRJ).
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