SIGEP -
COMISSÃO
BRASILEIRA DE SÍTIOS GEOLÓGICOS E PALEOBIOLÓGICOS |
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1. PROPONENTE
(candidato a autor principal) Instituição:
Universidade Federal do Ceará |
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2.
COAUTORES(*):
João Wagner
Alencar Castro - LAGECOST/Depto de Geologia e Paleontologia(Museu
Nacional)UFRJ -
jwalencastro@mn.ufrj.br
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3. NOME do SÍTIO(*): Eolianitos de Flecheiras/Mundaú - Costa Noroeste do Ceará (*)nome consagrado; se não existir, proponha um nome conciso que indique o tipo de sítio e/ou o local |
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4. SUGESTÃO DE TÍTULO E
SUBTÍTULO
DO ARTIGO A SER ESCRITO
(a)Título(*): Eolianitos de Flecheiras/Mundaú - Costa Noroeste do Ceará (b) Subtítulo(**): Registro Impar de um Paleo-sistema Eólico Costeiro (*)deve ser conciso e, preferencialmente, integrar o nome do Sítio): (**)deve ser conciso e complementar ao título): |
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5. TIPO DE SÍTIO:
Observação: [ x ] Inclui vestígios arqueológicos - [ ] Interesse Histórico/Cultural |
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6. LOCALIZAÇÃO
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7. JUSTIFICATIVAS(*):
Esta unidade, rara
no litoral brasileiro, constitui-se num registro impar de uma atividade
eólica de aspectos bem peculiares, cujas características especiais
preservadas nas suas estruturas e composição lhe creditam potencial para
fornecer importantes informações sobre as condições do ambiente costeiro a
época de sua formação. Também fornecem subsídios para a reconstituição da
dinâmica eólica, constituindo-se em um importante marcador de condições
climáticas e geológicas pretéritas. Também abrigam importantes registros
arqueológicos, além de representarem um atrativo paisagístico para o
turismo ecológico. |
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8) BREVE DESCRIÇÃO DO SÍTIO(*): Os eolianitos, distribuídos ao longo de toda a porção noroeste da costa do Estado do Ceara, são formados por um pacote de rocha sedimentar de composição quartzo-lito-bioclástica, cimentados por carbonato de cálcio. O caráter litificado dos materiais desta unidade propiciou sua preservação ao longo do tempo, embora os níveis mais friáveis da rocha tenham facilitado a ação erosiva do vento, contribuindo para o aspecto descontínuo de sua distribuição. Os pacotes de eolianitos invariavelmente exibem afloramentos com estruturas sedimentares internas de grande porte, dominantemente cruzadas plano-paralelas, embora formas acanaladas e do tipo corte e preenchimento também sejam relativamente bem representadas, além de outras estruturas menos comuns. As superfícies desses depósitos exibem formas de relevo, essencialmente produzidas por abrasão eólica, conhecidas pelos nativos sob a denominação de “cascudos”, em referência à sua rigidez comparativamente aos demais depósitos eólicos. A correlação entre as características desses depósitos com os eólicos atuais e seu bem conhecido padrão de evolução e dinâmica, segundo Carvalho (2003), conduziu a interpretação de que a grande maioria dos registros desses eolianitos é correspondente à fase de evolução eólica onde predominavam dunas compostas, além de representantes da fase final dessa evolução, onde se formam grandes dunas parabólicas. Outro aspecto importante neste sistema dunar é a presença de inúmeros registros de ocupações humanas antigas formados por fogueiras e fragmentos líticos diversos.
Largura maior da foto: ~5m
(informado por e-mail em 3/8/07) |
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9)
SITUAÇÃO ATUAL DE CONSERVAÇÃO E ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA PROTEÇÃO:
Em função da importância dessa unidade geoambiental o Plano Estadual do Gerenciamento Costeiro transforma no Art.15 os eolianitos ou cascudos em preservação permanente, no âmbito do território do Estado do Ceará. |
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10)
BIBLIOGRAFIA REFERENTE AO SÍTIO PROPOSTO(*): ARBOGAST, A.F.; HANSEN, E.C. and VAN OORT, M.D. 2002. Reconstructing the geomorphic evolution of large coastal dunes along the southeastern shore of Lake Michigan, Geomorfology 46 (2002), pp. 241-255. BROOKE, B., 2001. The distribution of carbonate eolianite, Earth-Sci. vol. 55 (2001), pp 135-164. CARVALHO, A.M., 2003., Dinâmica costeira entre Cumbuco e Matões-Costa NW do Estado do Ceará. Ênfase nos processos eólicos. Tese de Doutorado, Salvador.188p. CATTO, N.; MacQUARNIE, K. and HERMANN, M. 2002. Geomorphic response to Late Holocene climate variation and anthropogenic pressure, Northeastern Price Edward Island, Canada, Quat. Int. 87 (2002), pp. 101-117. CLAUDINO-SALES, V.C. 2002. Les littoraux du Ceará. Géomorphologie de la zone côtière de l’Etat du Ceará: du long terme au court terme. Thèse de doctorat, Université Paris-Sorbonne, France, 549p. COOPER, W.S. 1958. Coastal dunes of Oregon and Washington, The Geological Society of America, Memoir 72 (1958) 169pp. FAIRBRIDGE, R.W. and JOHNSON, D.L., 1978. Eolianites. In. R.W. Fairbridge and Bourgeois, Editors, The Enciclopedia of Sedimentology, Dowden, Hutchinson & Ross, Stroudsburg (1978), pp.279-282. KINDLER, P. and MAZZOLINI, D. 2001. Sedimentology and petrography of dredged carbonate sands from Stocking Island (Bahamas). Implications for meteoric diagenesis and aeolianite formation, Palaeogeogr. Palaeoclimatol. Palaeoecol. 175 (2001), pp. 369-379. MAIA, L.P.; SABADIA, J.A.; FREIRE, J.S.S. & SERRA, J., 1997. Caracterização geoquímica e diagenética da cimentação carbonática dos bechrocks e eolianitos da região costeira do Ceará.Bol. XVII Simp. Geol. Nord. 177-181. PEREIRA, A.R. and ANGELUCCI, D.E. 2004. Formações dunares no litoral português do final do Pleistocenico e inícios do Holocenico como indicadores paleoclimaticos e paleogeograficos. In:A.A Tavares, M.J.F. Tavares and J.L. Cardoso, Editors, Evolução Geohistorica do Litoral Português e Fenômenos Correlativos, Universidade Aberta, Lisboa (2004), pp. 221-256. PRICE, D.M.; BROOKE, B.P. and WOODROFFE, C.D., 2001. Thermoluminescence dating of aeolianites from Lord Howe Island and South-West Western Australian, Quat. Sci.Rev. 20 (2001), pp. 841-846. RODRIGUEZ-RAMIREZ, A.; RODRIGUEZ-VIDAL, J.; CARCERES, L. CLEMENTE, L.; BELLUOMINI, G.; MANFRA. L.; IMPROTA, S. and ANDRES, J.R. 1996. Recent coastal evolution of the Donana National Park (SW Spain), Quat. Sci. Rev. 15 (1996), pp. 803-809. SAYLES, R.W., 1931. Bermuda during the ice age. Proc. Acad. Arts. Sci. 66:381-486. Saqqa, W. & Atallah, M., 2004, Characterization of the aeolian terrain facies in Wadi Araba Desert, southwestern Jordan. Geomorphology, 62: 63–87. TINLEY, K.L. 1985. Coastal dunes of South Africa, South African National Scientific Programmes Report vol. 109, Council for Scientific and Industrial Research, Pretoria, South Africa (1985) 300p. (*)assinalar em destaque trabalhos dos candidatos a autor e coautor |
COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES DA SIGEP
E DA COMUNIDADE
GEOCIENTÍFICA
E RÉPLICAS DO PROPONENTE
De: Manfredo Winge
[mailto:mwinge@terra.com.br]
Enviada em: segunda-feira, 25 de junho de 2007 14:42
Assunto: RES: Proposta de Sitio Eolianitos da Costa Noroeste Cearense
Prezados proponentes,
solicito que completem a sua proposta de sítio e compromisso de descrição com
as seguintes informações:
3. Nome do sítio: (Obs- eolianito é nome de material eólico
cimentado/litificado e não de um local ou sítio)
6. Localização: Município e local de um sítio especial com suas coordenadas
geográficas lat/long: (Obs - ao longo da costa noroeste cearense parece-nos
muito amplo para se caracterizar como um sítio)
8. Apesar de indicado na proposta como sítio estratigráfico (item 5), na
Descrição do Sítio dá a entender que se correlacionam com dunas atuais
(consolidadas por calcificação..?). Favor confirmar isto ou se são depósitos
terciários ou quaternários e de que idade aproximada (estratigrafia) ou quais
unidades geológicas lhes são cronocorrelatas.
......
Manfredo Winge
Representante da SBG na SIGEP:
Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos do Brasil
De: medeiros [mailto:medeiros@ufc.br]
Enviada em: terça-feira, 26 de junho de 2007 11:06
Assunto: Re: RES: Proposta de Sitio Eolianitos da Costa Noroeste Cearense
O sítio em questão realmente possui uma ampla distribuição, mas só ao longo da
costa noroeste do Ceará, o que certamente não pouca coisa. Seria inviável
dividir a abrangência dos eolianitos em vários pequenos sítios, pois, embora
sua distribuição tenha caráter descontínuo, seja devido a processos erosivos
e/ou formacionais, todas as ocorrências, que são muitas, fazem parte de um
mesmo sistema. Por outro lado, a lei que os protege não os discrimina por
area, mas como unidade. Por conseguinte, nas correções que nos foi solicitadas
inserimos o sítio em coordenadas que delimitam seus limites (não o centro
dele).
Vamos tentar enviar uma cópia da primeira versão do trabalho completo.
Grato,
Alexandre Medeiros de Carvalho, Vanda Claudino Sales e Luís Parente Maia
Assim, é muito importante que vocês caracterizem uma área de ocorrência típica ou especial e limitada do "Cascudo" eólico para a definição de um sítio a ser cadastrado na SIGEP, pois, toda a costa NW do Ceará parece ser demais para definirmos como um sítio. Notar que a definição de um sítio de extensão limitada não implica em que todas as ocorrências desses cascudos, assim como ocorre com os campos de dunas móveis em todo o litoral brasileiro, não venham a ser protegidas por dispositivos legais.
De: fernande [mailto:fernande@acd.ufrj.br]
Enviada em: terça-feira, 26 de junho de 2007 18:12
Assunto: Re: Nova Proposta de Sítio: Eolianitos da Costa NoroesteCearense
sou favorável à proposta.
Atenciosamente,
Antonio Carlos
Representante da SBP
De: ricardolatge@petrobras.com.br
[mailto:ricardolatge@petrobras.com.br]
Enviada em: quinta-feira, 28 de junho de 2007 14:51
Assunto: Re: Nova Proposta de Sítio: Eolianitos da Costa Noroeste Cearense
Sobre o sítio "Eolianitos da Costa Noroeste Cearense", compartilho das
opiniões e das demandas apontadas pelo Colega Manfredo.
Adicionalmente registro minhas dúvidas sobre a conveniência desse sítio estar
no SIGEP. Embora o afloramento exibido na foto seja de excelente qualidade,
falta uma escala que nos permita avaliar melhor a magnitude e raridade do
mesmo. São numerosos os campos de dunas eólicas do Quaternário, muitos deles
no litoral do NE brasileiro, e temos também belíssimos afloramentos de
arenitos eólicos das mais diferentes idades.
Sobre as estruturas de corte e preenchimento, não duvido que tenham origem
distinta à ação do vento, sendo comum num ambiente eólico, estarem associadas
a chuvas torrenciais, que legam belos depósitos de arenitos conglomerados ou
menos de conglomerados fluviais. Há também a possibilidade da ação de ondas de
tempestades rompendo o cordão de dunas eólicas. Neste caso, deve ser fácil
perceber a influência de depósitos transicioanis ou marinhos lateralmente.
Essas dúvidas justificam sugerir aos autores que considerem a substituição no
título do “geologuês” eolianitos, um termo litológico com explícito vínculo
genético, pela designação a morfologia, os “Cascudos”, que, segundo informam,
distinguem a região litorânea do noroeste do Ceará. Ademais, eolianitos é um
termo pouco usado até entre nós geólogos e estaremos consagrando mais um
neologismo associado à língua inglesa.
Por enquanto, acho que a proposta ainda não deva ser aprovada.
Ricardo
Representante da Petrobrás
De: João Wagner Alencar Castro
[mailto:castro@mn.ufrj.br]
Enviada em: terça-feira, 3 de julho de 2007 14:43
Assunto: Wagner Castro UFRJ Proposta do Sitio Eolianitos
..........
Solicito publicação dessa nota na página do SIGEP em resposta ao parecer do
Colega Ricardo Latgé - Petrobras.
Tendo em vista diversos trabalho de nossa autoria, incluindo tese de
doutorado, versando sobre o tema eolianitos (dunas piramidais cimentadas por
carbonato de cálcio) venho por meio dessa nota esclarecer alguns equivocos do
parecer do colega Ricardo Latgé:
Ricardo Latgé: Adicionalmente registro minhas dúvidas sobre a conveniência
desse sítio estar no SIGEP. Embora o afloramento exibido na foto seja de
excelente qualidade, falta uma escala que nos permita avaliar melhor a
magnitude e raridade do mesmo.
Wagner Castro: Em relação ao problema da escala o colega tem razão. A área
geográfica da proposta deve ser menor. Não podemos cair no erro de tombar uma
área que será efetivamente destruída pela expansão imobiliária. O litoral
setentrional do nordeste brasileiro constitui o único local no Brasil onde se
registra a ocorrência de eolianitos, areias de dunas cimentadas por carbonato
de cálcio (Castro, 1998).Os campo de eolianitos ocorrem desde do litoral do
Rio Grande do Norte até o Piaui. Os principais registros ocorrem no litoral do
Ceará principalmente entre as praias de Mundaú e Baleia. São feições eólicas
diferenciadas dos campos de dunas de todo o Brasil. Os proponentes tem razão!
é um registro impar em todo litoral brasileiro, são bem preservados e
representam um condição paleclimática mais úmida em relação à atual (Castro,
2006).É conveniente o tombamento em função da beleza cênica e do registro
geológico notável.
Ricardo Latgé: São numerosos os campos de dunas eólicas do Quaternário, muitos
deles no litoral do NE brasileiro, e temos também belíssimos afloramentos de
arenitos eólicos das mais diferentes idades.
Wagner Castro: A análise do colega é vaga. Os eolianitos (dunas piramidais)
representam a terceira geração de dunas do litoral cearense, é muito recente,
datamos pelo método C14 váras amostras. A orientação é totalmente diferente em
relação as outras 4 geraçõe de dunas do litoral nordestino. A posição é
obliqua (nordeste-sudoeste) em relação a orientação da atual linha de costa
(CASTRO, 2001 e 2004)
Ricardo Latgé: Sobre as estruturas de corte e preenchimento, não duvido que
tenham origem distinta à ação do vento, sendo comum num ambiente eólico,
estarem associadas a chuvas torrenciais, que legam belos depósitos de arenitos
conglomerados ou menos de conglomerados fluviais. Há também a possibilidade da
ação de ondas de tempestades rompendo o cordão de dunas eólicas. Neste caso,
deve ser fácil perceber a influência de depósitos transicioanis ou marinhos
lateralmente.
Wagner Castro: O colega realizou uma análise equivocada. A origem dos
eolianitos deve-se a acumulações de bioclastos marinhos na faixa de praia,
entre estes, foraminíferos das classes miliolídio e rotaleidio, que ao serem
carreados pelo vento, depositaram-se sobre dunas obliquas pré-existentes
(CASTRO et al, 1998).Representam um importante indicador de mudanças de regime
de vento no litoral setentrional do nordeste brasileiro, principalmente pela
grande extensão que ocupam, pois ocorrem como afloramentos bem distribuídos
obliquamente à linha de costa em diversos pontos desse litoral.
Ricardo Latgé: Essas dúvidas justificam sugerir aos autores que considerem a
substituição no título do “geologuês” eolianitos, um termo litológico com
explícito vínculo genético, pela designação a morfologia, os “Cascudos”, que,
segundo informam, distinguem a região litorânea do noroeste do Ceará. Ademais,
eolianitos é um termo pouco usado até entre nós geólogos e estaremos
consagrando mais um neologismo associado à língua inglesa.
Wagner Castro: O termo eolianito é usado em todo mundo, bastante conhecido nas
áreas de geologia costeira, sedimentologia, geomorfologia e geologia
sedimentar e mais recentemente por getores de meio ambiente. Castro et al
(1998) utilizou pela primeira esse termo no Brasil em trabalho apresentado no
Congresso Brasileiro de Geologia de Belo Horizonte em substituição ao termo
"Dunas Reliquiares" proposto por Gurgel Jr. O termo "Cascudo" é de uso popular
no litoral do Ceará.
Tendo em vista a elaboração de uma proposta de tombamento (em andamento) de um
campo de eolianito nas proximidades da localidade de Baleia, Municipio de
Itapipoca - Ceará a ser apresentada pela coordenação do Laboratório de
Geologia Costeira e Sedimentologia do Museu Nacional - UFRJ, convidamos os
colegas proponentes para uma unificação, levando em consideração uma área
geográfica de menor dimensão.
Coordialmente,
Prof. João Wagner Alencar Castro - (Geologia Costeira, Marinha e
Ambiental)UFRJ.
Prof. João Wagner Alencar Castro, Dr.
Laboratório de Geologia Costeira e Sedimentologia - LAGECOST / Departamento de
Geologia e Paleontologia (Museu Nacional) Universidade Federal do Rio de
Janeiro - UFRJ. Quinta da Boa Vista s/n, São Cristovão. cep. 20940-040, Rio de
Janeiro. tel. +55(21)2568-1319 ramal 219.
De: ricardolatge@petrobras.com.br
[mailto:ricardolatge@petrobras.com.br]
Enviada em: quinta-feira, 5 de julho de 2007 19:26
Assunto: Re: RES: Wagner Castro UFRJ Proposta do Sitio Eolianitos
Prezado colega João Castro
Agradeço a mensagem, mas confesso que não percebi os equívocos apontados nos
meus comentários, que estavam apoiados nas informações encaminhadas pelos
proponentes do sítio. Uso um padrão de letras distinto e em negrito, com o
texto entre parênteses para destacar o que julgo mais importante para
responder em relação as suas observações. Saudações Ricardo
De: medeiros [mailto:medeiros@ufc.br]
Enviada em: sexta-feira, 6 de julho de 2007 10:11
Assunto: Re: RES: Wagner Castro UFRJ Proposta do Sitio Eolianitos
Prezado Ricardo,
Fico contente com os primeiros resultados dessa nossa proposta de um novo
sítio. Só o fato de ter levantado o debate sobre esse tema já serviu como
ponto de partida para uma unidade que considero ser a mais importante no
contexto quaternário costeiro cearense e possivelmente nacional.
Afirmo isso pela certeza das implicações da ambientação dinâmica, climática e
de nível marinho que reinavam durante a formação desses depósitos. Não quis
polemizar quando lhe respondi, pois percebi que se tratavam conjecturas a
cerca de um tema que realmente é muito novo no Brasil. Muitas das concepções e
resultados interpretativos sobre os eolianitos ainda estão abertos a
entendimentos distintos.
Concordo com alguns resultados já alcançados, mas também discordo de outros.
Isso demonstra em si a necessidade de preservar pelo menos o mínimo possível
dessa unidade, que é realmente ampla.
Por mim eu transformaria tudo ou quase tudo numa área de preservação
permanente e num grande sítio. Como isso não é possível estamos decidindo qual
seria ou quais trechos seriam mais urgentes.
Temos três áreas que apresentam grande concentração de testemunhos, uma mais
ameaçada que outra, mas todas sob pressão do processo de especulação
imobiliária. Devo salientar que os eolianitos ocorrem com trechos costeiros
diversificados quanto ao número de afloramentos e aos tipos de estruturas. Em
algumas áreas encontramos vários afloramentos com belas exposições de
estruturas sedimentares internas. Em outras, apenas pequenos registros, mas
alguns bem interessantes do ponto de vista da pesquisa.
Já estamos chegando a um consenso sobre a área tipo, que não é fácil, pois é
como descobrir um santo para cobrir outro. Claro que não deixaremos de
estudá-los como um todo, caso contrário as conclusões poderão não ser
precisas.
A propósito, achei interessante sua observação sobre os foraminíferos. É como
eu disse, existe uma infinidade de abordagens sobre essa unidade. Nem
metade foi abordada, reforçando a necessidades de divulgar esses depósitos
para a comunidade científica. Há também uma grande associação desses
depósitos com a presença de povos antigos, com grande número de artefatos
arqueológicos. Quanto ao termo eolianitos eu concordo plenamente com o
Wagner, pois além de retratar essa unidade do ponto de vista genético,
pois quando se fala eolianito (termo este aportuguesado de eolianite ou
aeolianite) já se sabe que é rocha de origem eólica, diferenciando-a de outras
unidades. Além disso, já é um termo consagrado mundialmente, o que levou a não
aceitação da proposta de se chamar de “dunas reliquiares” que é um termo vago.
No momento é só.Grande abraço,
Alexandre
-----Mensagem original-----
De: medeiros [mailto:medeiros@ufc.br]
Enviada em: terça-feira, 24 de julho de 2007 10:07
Assunto:
Prezados Colegas da comissão do SIGEP,
Comunicamos que os proponentes do Sítio
Eolianitos da Costa Noroeste Cearense chegaram a
um consenso quanto a escolha da área
(afloramentos) de eolianitos. Esta está indicada
numa nova cópia de proposta, onde se identifica a
localização do centro da área e se propõe um novo título. Informamos ainda a
inclusão de mais um colaborador para esta proposta.
Cordialmente,
Proponentes.
De: Manfredo Winge [mailto:mwinge@terra.com.br]
Enviada em: terça-feira, 24 de julho de 2007 15:31
Para: Vanda Claudino Sales (vandaclaudino@secrel.com.br); Alexandre Medeiros
Carvalho (medeiros@ufc.br); João Wagner de Alencar Castro
(jwalencastro@mn.ufrj.br); Luís Parente Maia (luisparente@labomar.ufc.br)
Assunto: RES: Proposta Eolianitos de Flecheiras/Mundaú - atualização
Prezados proponentes,
formulário atualizado com os dados enviados.
Modifiquei municípios e e-mail de novo coautor. Favor verificar se está tudo
correto.
Manfredo Winge
Representante da SBG na SIGEP:
De: Manfredo Winge [mailto:mwinge@terra.com.br]
Enviada em: terça-feira, 24 de julho de 2007 15:38
Assunto: ENC: Proposta Eolianitos de Flecheiras/Mundaú - voto da SBG
Considerado o atendimento à exigência de delimitação de área tipo a ser
preservada como sítio geológico, o voto da SBG é favorável à aprovação da
proposta.
Manfredo Winge
Representante da SBG na SIGEP
De: spolador@uel.br [mailto:spolador@uel.br]
Enviada em: terça-feira, 24 de julho de 2007 15:50
Assunto: Re: Proposta Eolianitos de Flecheiras/Mundaú - voto da SBE
O voto da SBE é favorável a aprovação da presente proposta.
Prof. Dr. Angelo Spoladore
Representante da SBE
Seguem os votos da ABEQUA em relação aos sítios que não havia dado o parecer.
.......
Celia
“Eolianitos da Costa Noroeste Cearense”
Acredito que poderá se constituir numa proposta de sítio a ser incluída na SIGEP. Até porque com esse tema “Eolianitos” é a primeira que surgiu desde a criação da Comissão. Todavia, concordo com a sua recomendação de que é imprescindível caracterizar-se uma área-tipo que seja a melhor representação e definição, numa situação local, da ocorrência padrão que identifica esse tipo de faciologia sedimentar. É importante tal caracterização até para facilitar que as medidas de proteção sugeridas tenham sucesso.
Ver, abaixo, as considerações do Paleontólogo Rodrigo Miloni Santucci
Emanuel
Representante do DNPM
Eolianitos da Costa Noroeste Cearense
Favorável – Entretanto, concordo com as observações do colega Manfredo. Além disso, os autores relataram a presença de fogueiras e fragmentos líticos. Acho que isso poderia ser melhor explorado na descrição do sítio. Neste caso, constituiria também um sitio arqueológico.
Rodrigo Miloni Santucci
De: ricardolatge@petrobras.com.br
[mailto:ricardolatge@petrobras.com.br]
Enviada em: segunda-feira, 30 de julho de 2007 18:15
Assunto: Re: ENC: ENC: Votos - Eolianitos da Costa Noroeste Cearense
....
Pelas descrições dos autores, não há dúvida de que estamos tratando do domínio
eólico, mas as estruturas internas de corte e preenchimento, e outras que
imagino estarem presentes no sítio, permitem advogar a existência de diferentes
processos sedimentares atuando na região.
Esse foi o ponto central das sugestões que apresentei - em vez de focar a
descrição na rocha, utilizando-se de um termo pouco conhecido, e que,
provavelmente, é apenas uma das litologias presentes no sistema eólico da costa
cearense, os autores poderiam valorizar os testemunhos geomorfológicos, os
"Cascudos", que distinguem o sítio. A inversão da abordagem fatalmente
contribuirá mais para valorizar a litificação diferencial, que leva à formação
do eolianito, como o elemento determinante da feição geomorfológica.
Como essa é uma opção de forma, reconheço o exagero da minha parte em estar
contra a proposta.
Saudações
Ricardo
Representante da PETROBRAS na SIGEP:
AVALIAÇÃO FINAL DE PROPOSTA
DE DESCRIÇÃO DE SÍTIO GEOLÓGICO - PALEOBIOLÓGICO
Nome do Sítio:
Eolianitos da Costa Noroeste CearenseConsiderando os pareceres, comentários e réplicas constantes na página da proposta, as instituições membros da SIGEP, assim se pronunciam, através de seus representantes, quanto à proposta em epígrafe
INSTITUIÇÃO | REPRESENTANTE(S) |
PARECER |
Academia Brasileira de Ciências – ABC | Diógenes de Almeida Campos | |
Associação Brasileira de Estudos do Quaternário – ABEQUA | Célia Regina de Gouveia Souza |
Favorável |
Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM | Emanuel Teixeira de Queiroz Gilberto Ruy Derze Rodrigo Miloni Santucci |
Favorável |
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis– IBAMA | Ricardo José Calembo Marra | |
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN | Carlos Fernando de Moura Delphin Isolda dos Anjos Honnen | |
Petróleo Brasileiro SA - PETROBRÁS | Ricardo Latgé Milward de Azevedo Rogério Loureiro Antunes Wagner Souza Lima |
Favorável (c/restrições) |
Serviço Geológico do Brasil – CPRM | Carlos Schobbenhaus Antônio Ivo de Menezes Medina Mylène Luíza Cunha Berbert-Born |
Favorável |
Sociedade Brasileira de Espeleologia – SBE | Angelo Spoladore Clayton Ferreira Lino |
Favorável |
Sociedade Brasileira de Geologia – SBG | Manfredo Winge José Elói Guimarães Campos |
Favorável |
Sociedade Brasileira de Paleontologia – SBP | Antônio Carlos S. Fernandes Marcello Guimarães Simões Max Cardoso Langer |
Favorável |