SIGEP -
COMISSÃO BRASILEIRA DE SÍTIOS GEOLÓGICOS E PALEOBIOLÓGICOS |
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1. NOME do SÍTIO(*):
Astroblema de Cerro do Jarau,
RS (*)nome consagrado; se não existir, proponha um nome conciso que indique o tipo de sítio e/ou o local |
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2. PROPONENTE Marque a alternativa correta abaixo: Data da proposta: 16/06/2008 |
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4. CASO TENHA ESTUDADO O SÍTIO e
esteja se candidatando a descrevê-lo com artigo científico, informe: a) DATA PROVÁVEL de entrega da minuta do artigo: 31/ 12 /2008 b) CO-AUTORES(*): Fernanda Silva Lourenço - Instituto de Geociências/UNICAMP - lourenco.fernanda@gmail.com (*)Autor principal é o proponente; Informar co-autores previstos em ordem de importância com Nome Completo, Instituição, e-mail |
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5. TIPOLOGIA DO SÍTIO
(marque com X os tipos e com XX o tipo mais característico do sítio):
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6. LOCALIZAÇÃO a. Município(s)/UF: Quaraí, RS 2. Nome do local: Cerro do Jarau 3. Coordenadas geográficas (Lat/Long) do centróide da área do sítio: Latitude: 30o 12' S - Longitude: 56o 32' W |
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7. JUSTIFICATIVAS(*):
Crateras formadas pelo impacto de corpos celestes (meteoritos, asteróides ou cometas) contra a superfície da Terra são feições raras, sendo conhecidas mais de 170 delas em todo o planeta. Até recentemente, apenas 5 estruturas dessa natureza eram conhecidas no Brasil. A feição circular denominada Cerro do Jarau, situada no pampa do Rio Grande do Sul, próxima à divisa com o Uruguai, revelou recentemente características diagnósticas de fenômenos de impacto meteorítico, passando assim a ser a sexta estrutura de impacto em território brasileiro. Trata-se de uma estrutura em avançado estado de erosão (astroblema), com diâmetro de cerca de 13 km, formada sobre rochas basálticas e areníticas das formações Guará, Botucatu e Serra Geral, da Bacia do Paraná. Cerro do Jarau, juntamente com os astroblemas de Vargeão e Vista Alegre, constituem o mais importante registro de impacto meteorítico sobre rochas basálticas conhecidos na Terra. Além dos aspectos geológicos peculiares, Cerro do Jarau é também um local de destacada importância na tradição folclórica e histórica do Rio Grande do Sul. (*)para a inclusão como PATRIMÔNIO MUNDIAL DA HUMANIDADE |
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8. BREVE DESCRIÇÃO DO SÍTIO(*):
A origem da estrutura circular anômala do Cerro do Jarau vem sendo pesquisada desde a década de 1960. Por se tratar de uma feição topograficamente elevada em plena planície do Pampa Gaúcho, essa conspícua feição geomorfológica é associada a lendas folclóricas e passagens históricas regionais. As cristas do Cerro do Jarau, formadas por arenito silicificado, serviram também como ponto estratégico de observação e refúgio durante a Guerra dos Farrapos, dada sua condição topográfica favorável com elevações locais de mais de 200 metros. A estrutura se insere no contexto geológico da Bacia do Paraná, tendo se formado sobre rochas das formações Guará, Botucatu e Serra Geral. A exposição dos arenitos da Formação Guará e Botucatu constituem uma janela estratigráfica/estrutural, já que toda quase toda região oeste do estado do Rio Grande do Sul encontra-se coberta pelos derrames basálticos. Além dessas rochas, são encontrados corpos discordantes de brechas de arenito principalmente no centro da estrutura, e de basaltos nas regiões de topo e base de derrames. Os arenitos da Formação Botucatu encontram-se intensamente silicificados e condicionados por falhas que formam um padrão radial e anelar. O acamamento original dessas rochas mergulha preferencialmente em direção ao centro da estrutura. Estudos recentes identificaram evidências de deformação e metamorfismo de impacto, tais como PDFs e PFs em cristais de quartzo, feldspato e clino-piroxênio, além de brechas líticas autóctones e suevitos. Foram também observados possíveis cones de estilhaçamento (shatter cones). O conjunto de feições aponta para uma origem por impacto de corpo celeste para a estrutura do Cerro do Jarau, tornando-a a 6ª cratera de impacto identificada no Brasil e possivelmente a 175ª na Terra.
Vista em perspectiva 3D do modelo digital de elevação mostrando a feição geomorfológica circular do Cerro do Jarau (linha tracejada).
Vista do alto do Cerro do Jarau em direção ao centro da estrutura, mostrando em primeiro plano os arenitos Botucatu fortemente recristalizados que constituem as cristas circulares. (*)anexar ao e-mail até 2 fotos significativas do sítio e, se disponíveis, links ou até capítulo de tese ou de artigo do proponente sobre o sítio |
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9. VULNERABILIDADE DO SÍTIO A
ATIVIDADES DE MINERAÇÃO OU DEGRADAÇÃO AMBIENTAL*:
Exceto pelas atividades tradicionalmente desenvolvidas na região, representadas predominantemente pela pecuária bovina e ovina, as quais apresentam risco limitado de degradação ambiental, não há quaisquer outras atividades que possam vir a ameaçar o sítio proposto. (*)Caso o sítio esteja sob riscos iminentes ou já existentes de depredação ou de destruição natural, informe sucintamente quais são e as causas |
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10. SITUAÇÃO ATUAL DE CONSERVAÇÃO E
ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA PROTEÇÃO:
A situação atual de conservação do sítio é relativamente favorável e não há informações sobre o órgão responsável pela proteção. |
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11. BIBLIOGRAFIA REFERENTE AO SÍTIO PROPOSTO(*):
Crósta, A.P., Lourenço, F.S.,
Priebe, G.H., 2008, Cerro do Jarau: A new impact crater in southern Brazil.
Meteoritics and Planetery Science (submetido). (*)assinalar em destaque trabalhos dos candidatos a autor e co-autor |
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12. FOTO E SINOPSE DO CURRICULUM
VITAE DO(S) CANDIDATO(S) A AUTOR(ES)(*):
Alvaro Penteado Crósta graduou-se em Geologia pela USP em 1977, concluiu o mestrado no Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) em 1982 e o doutorado no Imperial College of Science, Technology & Medicine da University of London em 1990. Realizou pós-doutorado junto ao Desert Research Institute, Universidade de Nevada, Reno (1995). É Professor Titular do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas, exercendo atualmente a função de Diretor do IG-UNICAMP no período 2005-2009. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq desde 1983. Na UNICAMP exerceu as funções de Chefe de Departamento, Coordenador de Pós-Graduação, Chefe-Adjunto de Gabinete do Reitor e Pró-Reitor de Desenvolvimento Universitário. Atua na área de Sensoriamento Remoto e Exploração Mineral e de Geologia Planetária/Crateras de Impacto Meteorítico. Atua também como coordenador-adjunto da área de Geociências da CAPES (2008-2010).
Fernanda Silva Lourenço graduou-se em Geologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP, 2007). Foi bolsistas de iniciação científica do CNPq, (2006 e 2007). Atua nas áreas de sensoriamento remoto, sistemas de informação geográfica e crateras de impacto.
(*)Sinopse do currículo do candidato a autor com uma fotografia pequena tipo 3x4. Cada "minicurrículo" deverá ter no máximo 120 palavras e servirá, juntamente com uma versão em inglês a ser publicada para a publicação futura, como apêndice do artigo se a candidatura for aprovada e o artigo aceito para publicação. |
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RESERVADO À SIGEP: |
COMENTÁRIOS,
CRÍTICAS E SUGESTÕES DA SIGEP
E DA COMUNIDADE GEOCIENTÍFICA
E RÉPLICAS DO PROPONENTE
Prezados colegas,
Considero excelente a proposta apresentada pelo Prof. Álvaro Costa,
retratando e divulgando mais um sítio representando uma estrutura de impacto no
Brasil. Concordo plenamente com o Schobbenhaus aprovando a proposta sem
restrições.
Atenciosamente,
Antonio Carlos S. Fernandes (Representante da SBP na SIGEP)
De: ricardolatge@petrobras.com.br [mailto:ricardolatge@petrobras.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 25 de junho de 2008 17:27
Assunto: Re: RES: Proposta de Sítio: Cerro do Jarau, RS
Excelente proposta, onde o autor ainda se preocupa em
fazer registro históricos, apoiado num texto coloquial.
Voto pela aprovação
Saudações Ricardo
Representante
da Petrobras na SIGEP
.......
Aprovo a proposta, sem dúvida.
Celia
Representante da ABEQUA
No Congresso de Geologia de Aracaju, em 2006, assisti a uma apresentação do Prof. Álvaro Crosta sobre “Estruturas de Impacto” geradas pelo choque de corpos celestes na terra, dentre as quais foi referenciada o “Astroblema de Cerro do Jarau” no Rio Grande do Sul. Como cita o autor da proposta, trata-se da 6ª estrutura identificada em nosso país. Possivelmente a única, até então, reconhecida no estado riograndense.
Pela relevância e importância que representa para a SIGEP a inclusão de mais um sítio dessa natureza, já que há poucos cadastrados, manifesto a nossa aprovação.
O Autor tem
vasta experiência e conhecimento do assunto que dispensa comentários.
Emanuel
Representante do DNPM
De: silvia.rolim@ufrgs.br [mailto:silvia.rolim@ufrgs.br]
Enviada em: domingo, 29 de junho de 2008 16:16
Assunto: Re: Astroblema de Cerro do Jarau, RS - NOVA PROPOSTA
Prezado Manfredo
Fico grata pelo convite para avaliar a proposta do colega Álvaro, mas não me
sinto à vontade em fazê-lo. Venho pesquisando a estrutura circular do Jarau
desde 2004, junto com o Prof. Nelson Lisboa, que por sua vez estudou a mesma
estrutura nos anos de 1980. Fizemos estudos de sensoriamento remoto,
geofísica, e caracterização geológica, petrográfica e estrutural. Apesar de
termos muitas evidências de impacto, as feições mais importantes que
encontramos (padrões de deformação) em lâminas não convenceram alguns
componentes de nosso grupo de trabalho, devido ao padrão de deformação rúptil
que a área sofreu.
Por uma questão de cautela científica, este impasse adiou nossas conclusões e,
inclusive nossa proposta de sítio geológico ao SIGEP. Estou submetendo artigo
com nossos resultados na RBGf, juntamente com o grupo que envolve parceiros da
UFRGS (Carlos Sommer, Nelson Lisboa, Ruy Phillip) e UNICAMP (Carlos Roberto de
Sousa Filho).
Desta forma, espero que você compreenda minha declinação diante de seu convite,
excluindo-me deste processo. De toda a forma, espero que, uma vez coerente, a
proposta do colega Álvaro seja bem sucedida, pois o que importa é a valorização
de nosso patrimônio.
Agradeço o convite e me coloco à disposição para qualquer outro auxílio que a
SIGEP necessitar.
Atenciosamente,
Silvia Rolim
De: Manfredo Winge [mailto:mwinge@terra.com.br]
Enviada em: domingo, 29 de junho de 2008 19:20
Assunto: RES: Astroblema de Cerro do Jarau, RS
Prezada colega Silvia,
muito obrigado pela sua franqueza e parabens pelo cuidado que demonstra no
sentido do máximo rigor científico com relação à caracterização genética do
sítio proposto em resposta ao e-mail enviado (anexo).
Pelo que entendi, existem muitas evidências de impacto (sic), mas existem também
estruturas/texturas menores que não foram consideradas diagnósticas de impacto,
segundo colegas da sua equipe de pesquisa.
O objetivo da SIGEP é realizar o cadastro de sítios geológicos sl. entendidos
como de grande importância e que devam ser preservados no Brasil. Assim, a
comissão SIGEP baseia-se muito em propostas de sítios apresentadas por
geocientistas que as estudaram; tais propostas são analisadas pela comissão e
abertas a críticas e sugestões também à comunidade geocientífica em um sistema
de "comments & replies". Em princípio, os comentários, críticas e sugestões são,
se convenientemente apresentados, veiculados na própria página da proposta na
internet em um sistema de máxima transparência e que visa, exatamente, o rigor
científico para a correta avaliação das propostas.
Creio que posso falar em nome dos colegas membros da comissão de que, para os
objetivos da SIGEP, é altamente desejável a integração de equipes (e
conhecimentos obtidos) ou de pesquisadores individuais que EFETIVAMENTE já
tenham desenvolvido estudos científicos em um mesmo sítio para descrevê-lo de
forma mais completa para o cadastro dos sítios geológicos/ paleobiológicos do
Brasil.
cordiais saudações
Manfredo
Manfredo Winge
Representante da SBGeo na SIGEP
c/c proponentes, equipe UFRGS
c/co SIGEP
De:
Manfredo Winge [mailto:mwinge@terra.com.br]
Enviada em: segunda-feira, 28 de setembro de 2009 17:30
Para: 'Alvaro Penteado Crósta (alvaro@ige.unicamp.br)'; 'Fernanda Silva
Lourenço (lourenco.fernanda@gmail.com)'
Assunto: INVENTÁRIO SÍTIOS GEOLÓGICOS DO BRASIL e chamada para os
capítulos do Volume III da SIGEP
Prezado colega,
estamos
revisando as propostas aprovadas cujas descrições, a serem expressas em artigos
científicos no padrão da SIGEP, poderão compor capítulos (previstos 30) do
Volume III do livro SÍTIOS GEOLÓGICOS E PALEONTOLÓGICOS DO BRASIL cuja
publicação está sendo programada para 2010 com o apoio da CPRM.
Lembramos que os artigos, à medida que forem sendo aprovados, serão publicados
na Internet em “pre print”, garantindo a sua publicação nesse próximo volume.
Isto posto, solicitamos informar alternativamente:
1)
se ainda pretendem descrever o sítio e, neste caso, quando poderemos contar com
a 1ª minuta para análise;
2) caso estejam desistindo de descrever o sítio, se poderiam indicar
geocientista(s) que trabalhou na área e que poderia eventualmente descrevê-lo;
3) se esse sítio, por desastre natural, depredação e/ou outras causas,
perdeu suas características originais, não se justificando mais cadastrá-lo como
sítio a ser protegido. Neste caso, favor nos comunicar essa situação com os
devidos detalhes que serão transcritos na página da proposta a ser então
cancelada.
Agradecemos antecipadamente
Comissão Editorial do Volume III da SIGEP
Ref. Sítio aprovado
De: Alvaro Penteado Crósta [mailto:alvaro@ige.unicamp.br]
Enviada em: terça-feira, 29 de setembro de 2009 10:22
Assunto: Re: INVENTÁRIO SÍTIOS GEOLÓGICOS DO BRASIL e chamada par aos capítulos
do Volume III da SIGEP
...........
Venho reiterar nossa intenção de submter um artigo sobre a estrutura de impacto
meteorítico de Cerro do Jarau (RS), conforme proposta pos nós submetida à SIGEP.
O cronograma previsto para a conclusão do texto é de 6 meses, prevendo-se
portanto que o mesmo possa ser enviado à SIGEP no finalde março de 2010.
Atenciosamente,
Alvaro P. Crósta
AVALIAÇÃO FINAL DE PROPOSTA
DE DESCRIÇÃO DE SÍTIO GEOLÓGICO - PALEOBIOLÓGICO
Nome do Sítio: Astroblema
de Cerro do Jarau, RS
Proponentes: Alvaro
Penteado Crósta; Fernanda Silva Lourenço
Considerando os pareceres, comentários e réplicas constantes na página da proposta, as instituições membros da SIGEP, assim se pronunciam, através de seus representantes, quanto à proposta em epígrafe
INSTITUIÇÃO | PARECER Favorável Não favorável Abstenção Restrições/Exigências Em branco: Não se pronunciou |
Academia Brasileira de Ciências – ABC | |
Associação Brasileira de Estudos do Quaternário – ABEQUA | Favorável |
Departamento Nacional de Produção Mineral–DNPM | Favorável |
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE | |
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis– IBAMA | |
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN | |
Petróleo Brasileiro SA - PETROBRÁS | Favorável |
Serviço Geológico do Brasil – CPRM | Favorável |
Sociedade Brasileira de Espeleologia – SBE | |
Sociedade Brasileira de Geologia – SBGeo | Favorável |
Sociedade Brasileira de Paleontologia – SBP | Favorável |