SIGEP - COMISSÃO BRASILEIRA
DE SÍTIOS GEOLÓGICOS E PALEOBIOLÓGICOS
PROPOSTA DE DESCRIÇÃO DE
SÍTIO GEOLÓGICO DO BRASIL |
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PROPONENTE :
Dimas Dias-Brito Rua 10 n. 2527, CEP 13500-230 Rio Claro-SP. Fax: (19) 35340327 |
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1) SUGESTÃO DE AUTOR(ES)PARA DESCRIÇÃO DO SÍTIO 1a) AUTOR PRINCIPAL: Dimas Dias-Brito – dimasdb@rc.unesp.br 1b) CO-AUTORES: Rosemarie Rohn Davies – UNESP – rohn@rc.unesp.br Joel Carneiro de Castro – UNESP – jocastro@rc.unesp.br Ricardo Ribeiro Dias – UFT – ricdias@uft.edu.br |
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2) NOME do SÍTIO
“MONUMENTO NATURAL DAS ÁRVORES FOSSILIZADAS DO ESTADO DO TOCANTINS” (2a) SUGESTÃO DE TÍTULO DO ARTIGO A SER ESCRITO O Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Estado do Tocantins (2b) SUGESTÃO DE SUBTÍTULO DO ARTIGO A SER ESCRITO sua importância científica e geoturística
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3) TIPO DE SÍTIO:
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4)
LOCALIZAÇÃO |
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5) JUSTIFICATIVAS (para a inclusão como PATRIMÔNIO MUNDIAL): Situado na Amazônia Legal, o Monumento contém restos de uma floresta gonduânica de baixa latitude situada no Hemisfério Sul. Bem preservados, tais fósseis constituem uma peça-chave do patrimônio científico mundial, uma vez que têm enorme importância para o conhecimento da botânica, fitogeografia, clima e ecologia planetária do Permiano. Os vegetais fósseis, sobretudo representados por troncos silicificados de samambaias gigantes e de gimnospermas, além de restos foliares, são encontrados em abundância em diversos setores da área. Os troncos permineralizados impressionam pelas dimensões - freqüentemente atingindo mais de 10 metros de comprimento e diâmetros que alcançam até 110cm – e caracterizam uma relevante floresta petrificada neste segmento da Bacia do Parnaíba. Vestígios arqueológicos (inscrições rupestres), com representações fitomórficas e antropomórficas, e material lítico ocorrem na área e seus arredores. A paisagem natural tem notável beleza cênica, sobressaindo-se múltiplas “mesas” do arenito triássico Sambaíba (cujos topos estão a ~ 500m) aos patamares permianos das formações Pedra de Fogo e Motuca (entre 200 e 250 m); estes últimos estão cobertos por vegetação de cerrado rupestre. Pela importância do Monumento, a UNESP e instituições tocantinenses estão firmando acordo para o desenvolvimento de um conjunto de iniciativas em prol do estudo, difusão e preservação do rico patrimônio natural. |
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6) .BREVE DESCRIÇÃO DO SÍTIO: O Monumento, com 31.758 ha, inclui diversos sítios paleobotânicos e localiza-se no Município de Filadélfia. Sua parte ocidental contém o distrito de Bielândia, cujo nome é conhecido internacionalmente por ser fonte de fósseis comercializados no Brasil, Europa e Estados Unidos. Situa-se no extremo sudoeste da Bacia do Parnaíba e suas rochas aflorantes correspondem a estratos pertencentes às formações Pedra de Fogo e Motuca (Permiano) e Sambaíba (provavelmente Triássico). Os vegetais fósseis são encontrados associados a sedimentos fluviais e lacustres da Formação Motuca (Pinto & Sad, 1986; Dias-Brito & Castro, 2005) que se superpõem às rochas Pedra de Fogo. Como fragmentos alóctones, os fósseis freqüentemente misturam-se a sedimentos da Fm. Pedra de Fogo. A área do Monumento já foi alvo de explotação de seus recursos fossilíferos por parte de uma empresa mineradora – a Mineração Pedra de Fogo Ltda : www.pedradefogo.com.br – o que, em certas faixas, causou sérios prejuízos ao patrimônio natural. Outras faixas, no entanto, estão intocadas e mostrando a plena exuberância do registro fossilífero. |
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7) SITUAÇÃO ATUAL DE CONSERVAÇÃO E ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA PROTEÇÃO: O Monumento é uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral, criada pelo Estado de Tocantins via Lei n° 1179, de outubro de 2000, especialmente para preservar o patrimônio fossilífero. |
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8)
BIBLIOGRAFIA (indicar em destaque trabalhos dos
candidatos a autor e co-autores): Anjos, C. E & Dias, R. R. 2002. Geologia: Carolina, Folha SB.23-Y-C, Estado do Tocantins, Escala 1:250.000. SEPLAN/DZE. Palmas Dias-Brito, D. & Castro, J. C. 2005. Caracterização geológica e paleontológica do Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Estado do Tocantins. Relatório Interno (não publicado). UNESP. Rio Claro. Dias, R. R. 2005. Caracterização geomorfológica do Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Estado do Tocantins. Relatório Interno (não publicado). UFT. Palmas. Dias, R. R.; Dias-Brito, D; Castro, J. C.; Reis, J. S. & Maciel, G. F .2005. Plano de Manejo e de Uso Público do Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Estado do Tocantins: Diagnóstico Ambiental do Meio Físico. MRS/OIKOS. Palmas. Herbst, R. 1999. Studies on Psaroniaceae. IV. Two species of Psaronius from Araguaina, State of Tocantins, Brazil. FACENA, 15: 9-18. Martins, R. A. 2000. Fósseis de vegetais da Formação Pedra de Fogo: aspectos taxonômicos, mineralogia e composição química. UFPA. Centro de Geociências. Dissertação de mestrado. 92 p. Belém. Pinto, C. P. & Sad, J. H. G. 1986. Revisão da Estratigrafia da Formação Pedra de Fogo, borda sudoeste da Bacia do Parnaíba. Anais do XXXIV Cong. Brás. Geol. Goiânia. V. 1:346-358. Robrahn-González, E.M.; Iannuzi, R.; Vieira, C. E. L.; Andreis, R. R. 2002. Estudos geológicos e paleontológicos da Unidade de Conservação “Monumento Natural das árvores fossilizadas”, no município de Filadélfia-TO. Relatório Técnico. Magna Engenharia Ltda. Porto Alegre-RS. Rossler, R. & Galtier, J. 2002. First Grammatopteris tree ferns from the Southern Hemisphere – new insights in the evolution of the Osmundaceae from the Permian of Brazil. Review of Paleobotany and Palynology, 121: 205-230. Rossler, R. & Galtier, J. 2002. Dernbachia brasiliensis gen. nov. et sp. nov. – a new small tree fern from the Permian of Brazil. Review of Paleobotany and Palynology, 122: 239-263. Rossler, R. & Galtier, J. 2003. The first evidence of the fern Botryopteris from the Permian of the Southern Hemisphere reflecting growth form diversity. Review of Paleobotany and Palynology, 127: 99-124. |
COMENTÁRIOS E RÉPLICAS
De: Carlos Oití Berbert [mailto:COITI@mct.gov.br]
Enviada em: sexta-feira, 10 de junho de 2005 15:21
Para: Manfredo Winge
Assunto: RES: SIGEP - Proposta de Sítio: ÁRVORES FOSSILIZADAS DO TOCANTINS
Conheci esse sítio em 1968, quando de minhas andanças pelo norte do então Goiás (hoje Tocantins), na divisa do Maranhão. É realmente fantástico e merece ser cadastrado para os propósitos do SIGEP. Vou comentar isso na página também.
Abraço Oití
De: Acsfernandes@aol.com
[mailto:Acsfernandes@aol.com]
Enviada em: sábado, 11 de junho de 2005 18:22
Assunto: Re: SIGEP - Proposta de Sítio: ÁRVORES FOSSILIZADAS DO TOC ANTINS
estou plenamente de acordo com a aprovação da proposta e dos autores sugeridos
para a elaboração do texto, não só pelo valor de seu conteúdo fosslífero como
por se tratar de área conservada, conforme citado na proposta, fato importante
para o SIGEP.
Encaminhei a proposta para a SBP para conhecimento da Diretoria.
Antonio Carlos
De: Cristovão Colombo
[mailto:cristovao_colombo@brturbo.com.br]
Enviada em: domingo, 12 de junho de 2005 22:12
Assunto: Re: SIGEP - Proposta de Sítio: ÁRVORES FOSSILIZADAS DO TOCANTINS
A proposta em epígrafe se revela de importância fundamental. Trabalhei no
extinto Projeto Radambrasil quando tive contato com várias ocorrências de
madeiras fossilizadas no Estado do Tocantins. Existia outra ocorrência
igualmente imporante, próximo à BR 153. Caso seja de interesse do grupo
poderemos fazer uma expedição ao local. Para tanto preciso recorrer a minhas
antigas cadernetas de campo, já amarelecidas ou mesmo dissipadas pelos contos
empoeirados da história. Haviam árvores inteiras caídas, fossilizadas. Coisas de
uma beleza e importância sem par.
Um abraço. Bernardo Cristóvão Colombo da Cunha, Geólogo
De: Magno Augusto Machado
[mailto:magnoaugusto@yahoo.com]
Enviada em: segunda-feira, 13 de junho de 2005 12:07
Assunto: SIGEP - Proposta de Sítio: ÁRVORES FOSSILIZADAS DO TOCANTINS
Caro Manfredo
Trabalhei na localidade de Barraria, a uns 30 km de Bielândia, município de
Filadélfia-TO, há uns 2 anos atrás e tive a oportuinidade de conhecer este
sítio.
Realmente a conservação deste patrimônio natural é de suma importância. No topo
da Formação Pedra de Fogo as ocorrências de Psaronius Brasiliensis são
abundantes... ouvi muitas histórias de compradores europeus (alemães
principalmente) comprando peças em Bielândia... o que deve ser rapidamente
coibido e o primeiro passo é o reconhecimento do sítio pela Unesco, já que a
reserva existe em âmbito estadual mas somente no papel... visitei alguns bons
afloramentos próximo de Bielândia e realmente é um patrimônio que deve ser
reconhecido e preservado com urgência.
De: Manfredo Winge
[mailto:mwinge@terra.com.br]
Enviada em: segunda-feira, 4 de julho de 2005 11:12
Assunto: RES: SIGEP - Proposta de Sítio: ÁRVORES FOSSILIZADAS DO TOCANTINS
Prezados colegas da SIGEP,
tendo em vista a importância de preservação do sítio proposto, as diversas
manifestações favoráveis de quem conhece a ocorrência e o curriculo do
proponente, manifesto meu ponto de vista favorável à proposta.
Caso seja aprovada proposta, sugiro aos autores revisão do título e sub-título
(a serem objeto de acertos oportunamente com a SIGEP), já adiantando, aqui, uma
sugestão:
ÁRVORES
FOSSILIZADAS DE BIELÂNDIA, TOCANTINS
MONUMENTAL FLORESTA PETRIFICADA PERMIANA DO GONDUANA EQUATORIAL
Saudações
Manfredo
c/c proponentes
De: Celia Regina de Gouveia
Souza [mailto:celia@igeologico.sp.gov.br]
Enviada em: segunda-feira, 4 de julho de 2005 15:15
Assunto: RE: SIGEP - Proposta de Sítio: ÁRVORES FOSSILIZADAS DO TOCANTINS
Colegas da SIGEP,
Concordo com o Manfredo sobre a relevância da proposta e o currículo do autor.
Celia
Dra. Celia Regina de Gouveia Souza
Pesquisadora Científica VI - Instituto Geológico-SMA
From: Carlos Schobbenhaus
Subject: Re: SIGEP - Proposta de Sítio: ÁRVORES FOSSILIZADAS DO TOCANTINS
Trata-se de um sítio de
indicutível importancia. Meu voto é favorável.
Carlos Schobbenhaus
CPRM
PLANILHA DE
AVALIAÇÃO FINAL DE PROPOSTA
DE DESCRIÇÃO DE SÍTIO GEOLÓGICO - PALEOBIOLÓGICO
Nome do Sítio:
O Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Estado do Tocantins
Proponente:
Dimas Dias-Brito– UNESP; Rosemarie Rohn Davies – UNESP; Joel Carneiro de Castro
– UNESP; Ricardo Ribeiro Dias – UFT
Considerando os pareceres, comentários e réplicas constantes na página da proposta, as instituições membros da SIGEP, assim se pronunciam, através de seus representantes, quanto à proposta em epígrafe
INSTITUIÇÃO | REPRESENTANTE(S) | PARECER Favorável / Não favorável Abstenção / Não se pronunciou(aram) |
Academia Brasileira de Ciências – ABC | Diógenes de Almeida Campos | |
Associação Brasileira de Estudos do Quaternário – ABEQUA | Célia Regina de Gouveia Souza |
Favorável
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Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM | Emanuel Teixeira de Queiroz |
Favorável |
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis– IBAMA | Ricardo José Calembo Marra | |
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN | Isolda dos Anjos Honnen Carlos Fernando de Moura Delphin Célia Maria Corsino |
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Serviço Geológico do Brasil – CPRM | Carlos Schobbenhaus |
Favorável |
Sociedade Brasileira de Espeleologia – SBE | Mylène Luíza Berbert-Born Clayton Ferreira Lino |
Favorável |
Sociedade Brasileira de Geologia – SBG | Manfredo Winge |
Favorável
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Sociedade Brasileira de Paleontologia – SBP | Antônio Carlos S. Fernandes |
Favorável
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