PROPOSTA
de SÍTIO GEOLÓGICO DO BRASIL PARA REGISTRO NO COMISSÃO BRASILEIRA DE SÍTIOS GEOLÓGICOS E
PALEOBIOLÓGICOS Data: 30/09/00 PROPONENTE - Nome: Mário Sérgio de Melo Endereço: Rua Nestor Guimarães 157 1.Sugestão de AUTOR(ES) para eventual descrição detalhada do sítio: Mário Sérgio de Melo 2.NOME do SÍTIO (use nome consagrado. Se este não existir, proponha um nome conciso que indique o tipo de sítio e/ ou o local): Lagoa Dourada 3. TIPO DE SÍTIO: ____[ ]Espeleológico _______[ ]Paleontológico ______[X]Geomorfológico [X] Paleoambiental ____[ ]Ígneo ______________[X]Sedimentar ________[ ]Metamórfico [ ] Mineralógico ______[ ]Estratigráfico _______[ ]Tectono-estrutural ___[ ]Metalogenético [ ] História da Geologia [ ]Astroblema _________[ ]Outro:___________________________ [ ] Marinho-submarino______________ Obs.[ ]Inclui vestígios arqueológicos 4. LOCALIZAÇÃO 4.1. Município(s)/UF: Ponta Grossa/PR 5. JUSTIFICATIVAS para a inclusão como PATRIMÔNIO MUNDIAL: A Lagoa Dourada constitui um dos três atrativos geológico-geomorfológicos do Parque Estadual de Vila Velha, juntamente com o relevo ruiniforme em arenitos e as furnas. Segundo dados da PARANATURISMO, o Parque Estadual tem recebido, ao longo da última década, média de 150 mil visitantes/ano, provenientes de muitos locais do Brasil e de todo o mundo. A lagoa atrai principalmente por sua beleza, sendo preenchida por águas límpidas provenientes de fontes subterrâneas, onde se pode observar várias espécies de peixes da região, como num aquário natural. A lagoa é contornada por mata ciliar representada por floresta ombrófila mista onde se destaca o pinheiro araucária, o que completa cenário muito aprazível. Apesar de muito visitada, em parte pelas facilidades de acesso e razoável infra-estrutura, há escassez de informação correta sobre a Lagoa Dourada, o que se pode observar no site da PARANATURISMO e em painéis nos locais de visitação. Até mesmo a pretensa razão do nome da lagoa, que em alguns painéis é tida como a presença de mica nos sedimentos de fundo, é informada incorretamente aos visitantes. O estudo do preenchimento sedimentar da lagoa, que atinge no mínimo 11.170 anos a 12 metros de profundidade, tem fornecido informações paleolimnológicas e paleoambientais sobre a região. 6.BREVE DESCRIÇÃO DO SÍTIO: A Lagoa Dourada é uma depressão com cerca de 200 m de diâmetro e lâmina d'água de até 5,4 m, formada sobre a Formação Furnas (Devoniano da Bacia do Paraná), situada na bacia hidrográfica do Rio Guabiroba, um afluente do alto Rio Tibagi, no Estado do Paraná. Ela faz parte do sistema de furnas do Parque Estadual de Vila Velha, situando-se cerca de 20 km a sudeste do centro da cidade de Ponta Grossa, e 70 km a noroeste de Curitiba. A Lagoa Dourada é considerada como uma das seis "furnas" que ocorrem no Parque Estadual de Vila Velha, distinguindo-se das demais por se apresentar assoreada, o que se deve à sua proximidade atual com o Rio Guabiroba, o qual durante as cheias a inunda com águas barrentas. A profundidade total conhecida é de pelo menos 40 m, dos quais 24 m de desnível topográfico, 4 m de lâmina d'água e 12 m de espessura de sedimentos atravessados durante coleta do testemunho de sondagem, quando o substrato não foi atingido. As "furnas" constituem feição típica do reverso da Escarpa Devoniana na borda do Segundo Planalto Paranaense, e dão nome à Formação Furnas. Trata-se de feições de desabamento, atribuídas principalmente a fenômenos de erosão subterrânea do arenito, favorecida ao longo de estruturas rúpteis e sedimentares Existe cerca de uma centena de furnas conhecidas na região de afloramento do Arenito Furnas no Segundo Planalto Paranaense, as maiores com até três centenas de metros de diâmetro e profundidade conhecida de até 110 metros. 7. SITUAÇÃO ATUAL DE CONSERVAÇÃO E ÓRGÃO RESPONSÁVEL P/PROTEÇÃO: A Lagoa Dourada é uma atração turística do Parque Estadual de Vila Velha, sendo administrada pela PARANATURISMO. A intensa visitação já tem feito sentir suas conseqüências, como a erosão nas trilhas mais usadas e assoreamento da lagoa. Não existe plano de manejo adequado nas áreas limítrofes, utilizadas pelo IAPAR para pesquisas agropecuárias, o que vem colocando em risco também a preservação dos remanescentes de mata ciliar e da fauna local. |