sinestia

Sinestia, segundo nova hipótese de formação da Lua há 4,5 bilhões de anos, é um objeto astronômico, fundido e vaporizado, de forma discóide, semelhante a uma rosquinha, híbrido e transitório, gerado pelo impacto direto, frontal, entre um objeto astronômico de massa significativa e um planeta, no caso a proto-Terra. Com o choque,os dois corpos teriam vaporizado extensivamente  e seus elementos químicos começado a  precipitar em dois núcleos gravitacionais, herdados das massas rochosas originais, sendo que os elementos mais pesados Fe, Ni, etc. primeiro e, sucessivamente, os mais leves (em um processo ultra-rápido de algumas décadas segundo calcularam os autores desta hipótese), concentrando-se, assim, em duas massas progressivamente mais densas, descentralizadas (ver ilustração), da proto-Terra e da proto-Lua, ou seja, sinestia é uma classe inteiramente nova de objeto astronômico transitório que explica o nascimento da Lua e a sua curiosa similaridade de composição isotópica com à da Terra.

"As sinestias podem ser produtos regulares surgidos durante o processo de formação de planetas em todo o Universo." conforme Lock,S.L.;Stewart,S.T. 1919, Mito de Origem. Scientific American Brasil.#197,Jul2019, pp51-55., que propõem esta hipótese e sua designação (sinestia: sin=sinergia entre os dois corpos que chocaram; Héstia=deusa grega do lar e da lareira, significando flamejante, em fogo).
A  hipótese mais aceita para a origem da Lua há 4,5 bilhões de anos, até a formulação desta nova hipótese de formação de sinestia transitória, era à de que teria havido um impacto oblíquo, de raspão, com fusão parcial mantendo-se os dois corpos individualizados, ficando o corpo menor, proto-lua, temporariamente fundida com formato discóide, após ter sido capturada pela Terra por atração gravitacional. Ao resfriar e virar um esferóide, apresenta rochas similares às da Terra, o que daria apoio à esta antiga hipótese. O problema desta hipótese antiga é que as assinaturas dos isótopos da Lua, obtidos com  as análises das amostras de rochas trazidas pela Missão Apollo 11, coincidem perfeitamente com as assinaturas isotópicas nas rochas da Terra, quando deveriam ser diferentes por pertencerem a dois corpos astronômicos de diferentes origens. Assim, este fato levou os autores citados a proporem a hipótese (talvez possa já ser chamada de teoria) de formação de sinestias transitórias para explicar a origem da Lua e, talvez até, de satélites planetários em geral.

Um dos pontos que parece favorecer esta hipótese da origem lunar, a partir de uma sinéstia, é o fato de que a Lua sempre mostra o mesmo lado para a Terra. Isto poderia ser o resultado de um desprendimento lento e progressivo da parte lunar da parte terrestre da "rosquinha" (sinestia). A Lua ao se afastar girando em torno da Terra continuaria  mantendo a mesma face "apontada" para o planeta de onde se soltou. Segundo esta hipótese, é possível que a banda do lado oculto da lua seja composta em média por rochas mais pesadas (a checar) vista a força centrífuga decorrente do giro desde a  pré separação da massa lunar da terráquea que compunham a sinéstia .
Um outro  ponto a ser explorado é a completa inexistência de atmosfera lunar, provavelmente já desde sua origem visto faltarem registros de intemperismo químico nas rochas lunares já estudadas. Assim, dada a hipótese da sinéstia (ou mesmo à da formação da dupla terra-lua por choque de raspão), pode-se especular um bom período de afastamento Terra-Lua, antes de nosso planeta (e não a Lua já afastada) sofrer um, ou mais de um,  bombardeio de cometa(s) de gelo  nos trazendo àgua suficiente para criar as bases de nosso sistema geoquímico com a água necessária para formar oceanos, a atmosfera, promover erosão intensiva, etc. e , assim, possibilitar a criação da vida. Esses impactos junto com outros meteoríticos poderiam inclusive modificar o eixo e a rotação terrestre pós separação da sinéstia. Talvez Vênus, que também tem atmosfera (mas hoje muito venenosa e de altíssimas temperaturas), tenha também sofrido impactos de cometas como esses aventados aqui havendo especulações de que já tivesse tido vida. (MW)

[Ver Ilustração da teoria de formação da Lua]

[Autor: Winge,M.] - Em: 6/8/19 -  Última atualização: 02/08/22 19:43
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