geleira
[Sin. glaciar]
Grande e espessa, até quilométrica, massa de gêlo formada em camadas sucessivas derivadas, em grande parte, da compactacção e recristalização de neve (firn) de várias épocas, deslocando-se, lentamente, relêvo abaixo, provocando erosão glacial e incorporando fragmentos de rochas de vários tamanhos que são depositados como sedimentos glaciais.
Existem dois tipos principais
de glaciares:
- as geleiras continentais de áreas polares (grandes latitudes), cobrindo
extensas áreas de gelo permanente e
- as geleiras de montanha ou alpinas (grandes altitudes), restritas a vales glaciais,
que podem ocorrer até em latitudes tropicais.
As geleiras continentais da Antártida, Groenlândia e outras deslizam relevo
abaixo até o mar e, durante o verão, fragmentam-se nestes pontos terminais,
dando origem a icebergs (=montanhas de gêlo) que flutuam ao sabor das
correntes marinhas.
Fragmentos de rochas de vários tamanhos, desde muito finos até
métricos e decamétricos, são incorporados a massa de gelo formando um
conjunto que ao friccionar o fundo e as laterais da geleira provocam o
desbaste (erosão glacial) e a incorporação de mais fragmentos e material
fino, principalmente junto às anfractuosidades
das rochas que servem de leito ao glaciar. A forte pressão do espesso pacote de
gelo em deslocamento provoca degelo o que é acentuado nos meses quentes do ano;
esta água ao ser infiltrada em fraturas das rochas sofre expansão ao
congelar, quebrando e estilhaçando a rocha em blocos
("intemperismo físico glaciar") que são logo incorporados à massa de gelo o
que aumenta a carga rochosa e o poder erosivo da geleira.
Esta, ao se deslocar, desenvolve várias feições típicas, sendo notáveis os
vales
em U, das geleiras montanhosas, os pavimentos estriados, os seixos facetados e estriados ao serem atritados e raspadas entre
si e com o fundo rochoso na geleira.
Com o degêlo, na
estação quente, as fraturas superficiais (crevassas)
canalizam a entrada e passagem de água que escoa por caminhos variados dentro
da geleira, sendo comum na interface com o substratum formar-se uma
drenagem subterrânea de alta pressão (até mais de 20 atmosferas) e palco de processos
ersosivos em que vórtices de água em altíssima velocidade e com alta carga de
partículas abrasivas provoca erosão sub-glacial, originando feições como
marmitas
ou pot holes nas rochas do fundo da geleira e arredondamento completo
de fragmentos de rocha que podem ser métricos a decamétricos. Mas o mais comum
são os depósitos glaciais (morenas)
que se acumulam nas frentes de degelo ou concentram-se nas laterais da geleira e
que consistem em fragmentos angulosos, mal classificados e mal selecionados (till), desde matacões até
silte/argila, estes resultantes da moagem/fricção.
Com o avanço e recuo da frente de
degelo, tais depósitos obstruem o canal do vale, dando origem a formação de
lagos glaciais nos fronts das geleiras.
[Ver
descrição de alguns sítios geológicos brasileiros com feições glaciais:
Sítio
021;
Sítio
097]
[Ver
Glossário sobre termos glaciais da USP]
[Ver
Glacier no site
The
FreeDicrionary.com]
[Ver
Glaciers no site
Southwest Missouri State University]
[Ver Glaciers:
Clues to Future Climate em
General-Interest Publications [Online] - USGS]
[Ver
Glacier Growth do site
Geologic Glossary - USGS Geology in the Parks ]
[Ver:Glacier
- National Geographic.com]
[Vídeo:
Imja Glacier Meltdown - Himalaia ]
Autor: Winge,M.]
- Em: 15/1/2018
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