Brasiliano

Ciclo geodinâmico desenvolvido de forma diacrônica na Plataforma Sul-Americana que inicia com a Tafrogênese Toniana (regime extensional com formação de riftes) entre ~950 Ma e 800 Ma e termina entre 510 Ma e 490 Ma com o colapso dos orógenos e transição para um novo regime extensional. O climax orogênico, entre 670 Ma e 550 Ma, está associado a intenso tectonismo, metamorfismo de alto grau e expressiva granitogênese.

Esse importante ciclo geodinâmico, supercontinental, envolvendo a Plataforma Sul-Americana, foi responsável pela formação, durante o Neoproterozóico, de extensas faixas dobradas nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Sua história inicia com a fissão (fragmentação) do supercontinente Rodinia e termina com a fusão (aglutinação) do Gondwana.
Ele ocorreu de forma diacrônica entre o Toniano e o Cambriano, através de diversos eventos tectônicos, sedimentares, magmáticos e metamórficos:
(i) regime extensional com formação de bacias do tipo rifte (~950 Ma - 800 Ma),
(ii) abertura oceânica com geração de bacias de margem passiva e arcos de ilhas intra-oceânicos (~890 Ma – 800 Ma),
(iii) geração de arcos magmáticos e arcos de margem continental ativa (790 Ma – 585 Ma),
(iv) evento colisional precoce (~770 Ma ),
(v) evento colisional principal (Orogênese Brasiliana) com importantes episódios tectônicos, metamorfismo de alta pressão, granitogênese e formação de thrust and fold belts (670 Ma -550 Ma),
(vi) evento colisional terminal em ~520 Ma (Orogênese Búzios),
(vii) evento pós-colisional com o colapso dos orógenos, soerguimento regional, magmatismo bimodal e transição para novo regime extensional (510 Ma – 490 Ma).

[Ver na distribuição de eras no Brasil a cor azul - Neoproterozóico]
[Ver Texto complementar de Brito Neves: CICLOS TANSAMAZÔNICO E BRASILIANO]
[Ver distribuição de terrenos brasilianos em
Bizzi et al. 2003]

 

[Autor: Schobbenhaus,C.] - Em 11/01/2018
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